Antes vistos apenas como local de luxo destinado a um público seleto e para cargas de alto valor, visando uma conexão rápida entre diferentes cidades afastadas, os aeroportos passaram a assumir um papel muito importante para o desenvolvimento local e regional no atual momento de grande exigência de mobilização, rapidez (tempo), segurança, conforto e informatização por parte da população e das empresas.
Os aeroportos tornaram-se um forte indutor do comércio, da saúde, da indústria, de serviços, negócios de alto valor etc. assim que passou a servir a classe média, acarretando num maior conforto social dentro do município. As cidades hoje competem entre si para receber autorização para operar um aeródromo e também aumentar a frequência de voos para os seus domínios.
Na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia, esse fenómeno encontra-se consolidado, com a existência da inclusão dos aeroportos nos planos de desenvolvimento local e regional. No Brasil e no Mato Grosso, é uma tendência ainda incipiente, mas há condições de Rondonópolis impulsionar o setor aeroportuário para que contemple a atração de investimentos crescentes e induza ao desenvolvimento económico e social por meio do complexo aeroportuário sob sua influência.
A criação dessas condições depende fundamentalmente de uma mudança de visão por parte do município, administrador do aeroporto mais importante da região, passando a compreender que essa infraestrutura não é apenas essencial para o conforto social da população local e regional, mas sim, ferramentas para aumentar a produtividade das empresas, gerar mais empregos, conectar as redes de transportes urbano e regional, valorizar bairros degradados recuperando a economia e a arquitetura desses locais e, finalmente, oferecer novas oportunidades de negócios.
Em resumo, o gestor público moderno entende que o aeroporto transforma as condições económicas do local e da região onde está instalado, desde que seja considerado como parte integrante do desenvolvimento e lhe seja dada condições de operacionalização e adaptação da estrutura física e do modelo de administração às novas demandas dos usuários, bem como às crescentes exigências de uma economia regional e nacional mais integrada.
É importante destacar que o setor aéreo nacional vem apresentando um crescimento sem precedentes resultando num processo de crescimento económico principalmente do interior.
Especialistas em diversas áreas, como em economia, logística, aeroportuário etc., apontam vários tipos de impacto, local e regional, provocados pelo bom funcionamento de um aeroporto:
1. Atração de novas empresas
a. As empresas de maior porte tem preferência em investir em municípios com aeroportos por entender que esta infraestrutura facilita o transito de seus funcionários com a matriz e outras unidades de negócios, inclusive o interesse de mobilização de seus funcionários vindos de fora;
2. Com a atração de novas empresas…
a. isso gera mais empregos para os residentes do município e atraí novos moradores com maior rendimento;
3. Exigência de maior qualificação profissional…
a. Com a competitividade profissional, os moradores deverão buscar elevar suas qualificações para ter empregabilidade;
4. Com maior qualificação, maior produção…
a. Com a maior produção, isso gera maior riqueza para a cidade por meio de impostos;
5. Com maior renda…
a. Aumentando a renda, fomenta o comércio;
6. Com o fomento do comércio…
a. Atração de novas empresas do comércio e melhorias…
7. Com a fomentação do comércio, transfere para a área de serviços
8. Quando atinge o setor de serviços vem a necessidade de novo patamar de política pública
9. Este novo patamar de política pública fortalece o tecido social, ou seja, a qualidade de vida dos moradores do município;
10. Novas empresas serão atraídas para se instalarem no município.
Sem nenhuma dúvida, com uma visão de desenvolvimento municipal, o aeroporto faz parte integrante para uma estratégia de sustentabilidade municipal.

Fonte:
Dr. Ricardo Zöllner Holmo, doutor e Mestre em Engenharia pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ITA, especialista em Análise Operacional e Gerencial de Aeroportos (ITA), especialista em Economia pela USP e Marketing pela FAAP. Professor do curso de MBA em Logística Empresarial da UNIP de Rondonópolis.