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TAP – Um novo ciclo

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«Neste mês de Junho, começou um novo ciclo político em Portugal, com novo Governo, novos partidos e diferentes orientações programáticas. Além de orientações próprias, terá de cumprir o programa acordado com a troika pelo Governo anterior, o que, só por si, trará seguramente alterações significativas ao nosso quotidiano.
Quanto à TAP, está prevista a sua privatização até ao final do ano, implicando mudanças que, de momento, são difíceis de prever em toda a sua extensão.
Para os mais novos na TAP, vale a pena recordar que a companhia foi nacionalizada em 1975, pelo que o novo estatuto previsto não será propriamente uma novidade. Por outro lado, a gestão na última década foi essencialmente profissional, distante da de outras épocas em que foi forçada a decisões de conveniência política que, não raro, se mostraram desastrosas.
Foi precisamente nesta última década que a TAP desenvolveu os alicerces do que é hoje: uma companhia respeitada internacionalmente pelo facto de ter sido capaz de construir um hub no aeroporto de Lisboa que é hoje uma plataforma que liga a Europa a África e ao Brasil. E esse é o seu valor actual, que motiva a atenção de diversos interessados, permitindo uma decisão que salvaguarde o estabelecimento de condições que permitam olhar para o futuro com confiança.
Ultimamente manifestaram-se diversas opiniões contrárias à privatização, de pessoas ou entidades que gostam da TAP. Mas, além do enquadramento político e económico ser desfavorável a tais opiniões, é importante recordar que a companhia não pode continuar a ter como accionista o Estado. Por força da legislação comunitária, este não a pode ajudar, colocando-a numa situação de desvantagem face à concorrência.
Nesta altura é oportuno recordar que, independentemente do seu estatuto, a TAP vai precisar do apoio de todos, o que se deverá manifestar na preferência para as suas viagens, pois só assim será possível preservar a existência de uma companhia nacional ao serviço de Portugal e dos portugueses.»

António Monteiro, artigo publicado no “Jornal da Tap”
(Julho 2011)

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