«O modelo de baixo custo e baixa tarifa sustenta casos de sucesso da indústria, mas ser bem-sucedido não depende do modelo.
Inovação é o segredo do sucesso no setor da aviação. Basta acompanhar as negociações de qualquer companhia aérea nas Bolsas de Valores distribuídas pelo mundo para notar que essa área é foco de importantes investimentos em todas as empresas do segmento – sejam elas regionais, de baixo custo e baixas tarifas (low-cost e low-fare) ou tradicionais (as chamadas de legacy ou full service)
“Um plano de negócios sólido não significa nada se a administração não se empenha para fomentar continuamente transformações”
O modelo de baixos custos e baixas tarifas sustenta a coleção mais interessante de casos de sucesso da indústria. Porém, ser bem-sucedido na aviação não depende do modelo de negócios em si, mas da criação contínua de soluções inventivas e eficientes para transformar o setor e diferenciar-se.
Inovações como o uso de frota padronizada, a eliminação de passagens em papel (paperless tickets), a venda de passagens pela Internet, o check-in via celular( telemóvel), o fim de serviços não-essenciais (no-frills service), uma estrutura de administração simples e tarifas reduzidas permitem que as companhias aéreas diminuam significativamente os custos, ao mesmo tempo em que popularizam o transporte aéreo em todo o mundo. Iniciativas como essas têm sido adotadas pelas grandes companhias tradicionais, que procuram realizar mudanças internas para reinventar o próprio conceito de serviços completos.
Modelos de convivência
Atualmente, o modelo de baixos custos e baixas tarifas está se consolidando para coexistir com o das empresas legacy. Ele já passou por evoluções importantes: hoje, inclui, por exemplo, acordos de código compartilhado (code-share) e programas de milhagem, permitindo que companhias aéreas de ambos os modelos ajudem umas às outras a alcançar novos níveis competitivos.
O desenho dessa colaboração entre empresas full service e low-cost ainda está em desenvolvimento, mas uma coisa é certa: a inovação permanecerá constante. Na aviação, ela se faz presente nas formas pura ou mista. Explica-se: a inovação pura é o avanço verdadeiro e em nível mundial. Por exemplo, o primeiro sistema de entretenimento de bordo ou o primeiro avião a jato ― que transformaram os padrões do setor para sempre.
Já a inovação mista é aquela desenvolvida a partir de conceitos preexistentes. Paperless tickets e canais de vendas pela Internet são bons casos de mudanças que também revolucionaram o mercado da aviação. Contudo, elas correspondem a evoluções naturais dos conceitos das passagens impressas e das antigas lojas de passagens.
Agora, a pergunta que remete ao título: como selecionar vencedores no setor da aviação? A resposta é surpreendentemente simples. A seleção tem que levar em conta três aspectos importantes: as vantagens competitivas da empresa em questão com relação à concorrência; se a alta administração possui um plano de negócios claro e bem-sucedido para alcançar seus objetivos; e se a companhia possui uma estrutura organizacional sólida, porém flexível, de modo a permitir o fluxo das inovações.
É claro, é preciso considerar, acima de tudo, a inovação o oxigênio desse business. Afinal de contas, um plano de negócios sólido não significa nada se a administração da companhia aérea não se empenha para fomentar continuamente transformações na forma de se fazer aviação. E, também para esses casos, a história deixou e continua deixando importantes lições.»
Rodrigo de Macedo Alves é diretor de Mercado de Capitais da GOL Linhas Aéreas Inteligentes, artigo publicado na página de internet “Economia Artigos“
(25 Outubro 2010)
«A Gol Linhas Aéreas divulgou fato relevante para informar que concluiu nesta segunda-feira, 3, a aquisição de 100% do capital social da Webjet por R$ 70 milhões, ‘sujeitos a ajustes menores, o que ...