Pista73

«Fernando Pinto apresentou ontem os resultados da empresa de engenharia e manutenção de aviões da TAP no Brasil em 2011, e não houve surpresa: 67 milhões de prejuízo, menos sete do que no ano anterior. É o quinto exercício consecutivo de resultados negativos da operação, comprada à Varig em 2006 por 15 milhões de euros.
Este ano, a previsão vai no mesmo sentido, embora o primeiro trimestre tenha corrido melhor – os resultados líquidos saltaram 33,2%, embora ainda com 12,1 milhões no vermelho – e a companhia acredite que haverá uma subida de 12 pontos percentuais na taxa de ocupação das oficinas, o que se traduzirá em receitas. Ainda assim, a evolução, aliada ao corte de custos, não será suficiente para chegar aos lucros. “Talvez em 2013 ou 2014”, arrisca Luís Rodrigues, administrador da TAP.
Apesar do otimismo na equipa de Fernando Pinto, a compra da empresa de manutenção e engenharia continua a ser posta em causa e vista como uma ameaça à privatização. O Governo diz que vai desvalorizar a companhia. O presidente executivo da TAP discorda e usa palavras fortes. O tema é quase pessoal: “É uma bobagem avaliar esta empresa só pelos resultados conseguidos até agora. O valor estratégico deste negócio é muito superior. Vamos parar de dizer que é um sorvedouro de dinheiro! Não é cancro nenhum”, diz, garantindo que até já existem dois interessados na compra da unidade brasileira.
Fernando Pinto não identifica os interessados, mas o Dinheiro Vivo sabe que são a americana Delta Airlines e a colombiana Avianca, que também tem sido apontada como um dos candidatos à aquisição do grupo TAP – que inclui o transporte aéreo (lucros de três milhões em 2011), a empresa de manutenção (prejuízos de 67 milhões) e o handling. A Groundforce ainda não apresentou contas, vai fazê-lo nas próximas semanas; nessa altura ficará a saber-se o prejuízo final da transportadora em 2011.»

André Macedo, artigo publicado na página de internet “Dinheiro Vivo”
(13 Abril 2012)