Empresa regista aumento de 8,7% mas ainda não contabiliza os resultados do handling Groundforce e dos investimentos no Brasil, onde deverá registar prejuízos.
A TAP anunciou esta quinta-feira que conseguiu lucros de 62,3 milhões de euros no negócio da aviação, em 2010, uma subida de 8,7% face ao ano passado, o que permitiu à empresa regressar a uma situação líquida positiva, o que já não acontecia desde 2008.
Na conferência de imprensa de divulgação de resultados, o presidente da empresa, Fernando Pinto, explicou aos jornalistas que «o resultado consolidado ainda não existe». Ou seja, os números apresentados referem-se ao negócio do transporte aéreo, já que o resultado consolidado do grupo só deverá ser conhecido «quando todas as empresas tiverem concluído o fecho das suas contas». O presidente da TAP admitiu que os resultados do grupo, no seu conjunto, poderão não ser tão positivos.
O administrador financeiro da TAP, Michael Connoly, destacou as vendas da empresa (passagens, carga, manutenção) que ascenderam a 2.221 milhões de euros, graças ao «aumento das vendas no estrangeiro, nomeadamente nos mercados brasileiro (mais 55% do que em 2009) e angolano (mais 30%).
O responsável disse ainda que a TAP transportou, ao longo de 2010, 9.087 milhões de passageiros, mais 7,7% do que em 2009, com a taxa de ocupação dos aviões a subir de 68,5 para 74,5%. Na carga, foram transportadas 94,2 mil toneladas em 2010, mais 24%, o que aumentou a receita de 85,5 milhões, de 2009, para 112 milhões em 2010, mais 31%.
Na Manutenção & Engenharia, os proveitos de prestação de serviços a terceiros passaram de 96,6 para 123,7 milhões no ano passado, mais 28%.
O presidente da TAP, Fernando Pinto, disse que estes resultados foram «atingidos apesar de múltiplos efeitos adversos», como a subida de 45% na factura com combustível, que atirou o custo total para 523 milhões de euros em 2010.
«As melhorias verificadas permitiram ainda absorver os prejuízos provocados pela nuvem de cinzas do vulcão islandês, pelos conflitos dos controladores aéreos franceses e espanhóis e pela quebra de tráfego provocada pela catástrofe na Madeira, rota da TAP com maior número de passageiros», concluiu.
Na conferência, o presidente da empresa falou ainda da privatização, disse que «qualquer notícia sobre a venda da TAP é especulação».
O responsável afastou assim, durante a conferência de imprensa dos resultados da empresa na aviação, alguns rumores que têm vindo a público e que revelam um possível interesse de empresas brasileiras e do Qatar na compra da transportadora portuguesa.
Carla Pinto Silva, adaptação do texto publicado na página de internet “Agência Financeira”
(3 Março 2011)