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Situação financeira da TAP “é crítica” há anos e continua a degradar-se, diz o accionista

«Capital próprio negativo atinge 272 milhões. Handling e Brasil perderam mais de 100 milhões
A TAP voltou a contribuir negativamente para os resultados da Parpública, mas não por causa do seu negócio principal – a aviação. No final do ano passado, o prejuízo do Grupo TAP ascendeu a 52,9 milhões de euros, quando no ano anterior tinha contribuído positivamente com 28,5 milhões de euros. “Esta evolução fortemente negativa é devida aos resultados gerados fora dos negócios desenvolvidos pela TAP SA.” A penalizar a performance estiveram as operações de handling (assistência em terra) desenvolvidas pela SPdH (Sociedade Portuguesa de Handling) e da empresa brasileira de manutenção. Mais do que os prejuízos da SPdH – 43,5 milhões de euros – foram as operações de manutenção compradas à antiga Varig que mais afetaram as contas da TAP. A Aero LB, empresa detentora desta operação perdeu 71,8 milhões no ano passado. Números vermelhos que a TAP SA (aviação) não conseguiu compensar, apesar dos lucros de 62,3 milhões de euros em 2010 e de um resultado operacional de 103,3 milhões de euros. Lucros que poderão ser ameaçados este ano com o aumento da fatura do combustível.
Neste quadro, o capital próprio negativo da transportadora aumentou para 272,1 milhões de euros, “definindo uma trajetória de evolução que conduz à insustentabilidade da empresa dadas as diversas condicionantes que impedem a sua recapitalização no atual quadro acionista”. A privatização é a única resposta que permite não só recapitalizar a TAP mas também reforçar a competitividade e o crescimento da empresa. Só que este processo, que estava a dar os primeiros passos, travou com a demissão do governo.
Em relação aos negócios problemáticos da TAP está prevista a venda da SPdH, mas isso só será possível se a reestruturação em curso der frutos. Quanto à manutenção no Brasil, “é urgente a definição e adoção de uma estratégia que definitivamente inverta a acumulação de prejuízos”. A Parpública reconhece que esta foi uma aposta estratégica mas sublinha que o “potencial tarda a ver-se concretizado e, ao invés, esta aposta tem consumido recursos do grupo que são escassos e necessários para os negócios core”»

Ana Suspiro, artigo publicado no jornal “I”
(2 Maio 2011)

 

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