«O encaixe financeiro que a TAP vai conseguir com a alienação da maioria do capital da Groundforce será praticamente residual, garantiu ao SOL fonte próxima do processo. O negócio está preso por detalhes e a poucos dias de ser concretizado. Swissport (Suíça), Menzies (Inglaterra) e Aviapartner (Bélgica) são as empresas melhor posicionadas.
Uma das exigências dos privados para realizarem a compra é a fidelização da TAP como cliente, tal como o SOL já noticiou. A TAP representa mais de metade da faturação da Groundforce.
O principal benefício para a transportadora aérea portuguesa será passar o passivo para os investidores privados. De acordo com as contas de 2009 (as últimas disponíveis), a handling registava um passivo de 95,8 milhões de euros e capitais próprios negativos de 68,4 milhões.
A venda do handling é como tirar uma peso das costas da TAP.Desde 2009, ano em que voltou assumir a gestão, perdeu 94,8 milhões de euros com a gestora dos aeroportos, dos quais 63,2 milhões em prejuízos. Por outro lado, acabam algumas situações prejudiciais para a imagem da própria TAP, como o encerramento da operação em Faro, que deixou no desemprego 300 trabalhadores.
Negócio «em breve»
Apesar dos sucessivos impasses desde o final de 2009, a venda será finalizada nos próximos dias. «O negócio será fechado brevemente», garante fonte próxima do processo ao SOL. «A venda pode mesmo ser concretizada antes das eleições».
A TAP está obrigada, desde o final de 2009, pela Autoridade da Concorrência a vender a Groundforce. O primeiro prazo imposto pelo regulador foi de um ano. Já então, o presidente da companhia aérea, Fernando Pinto, disse que não iria necessitar de tanto tempo para vender a empresa de handling. Um ano e meio passou e ainda a TAP está com a ‘batata quente’ nas mãos.
A conjuntura económica negativa e a falta de liquidez nos mercados são as principais causas para que o negócio ainda não se tenha feito. Mas as condições da Concorrência são claras: ou a TAP vende ou a Groundforce não verá renovada a sua licença.
Nos últimos dias o administrador-delegado da Groundforce, Fernando Melo, tem estado a negociar os termos da venda com os privados interessados, apurou o SOL.
O Governo vendeu, através da TAP, 50,1% do capital da Groundforce à Globalia em 2005 e, em Março de 2008, três bancos nacionais compraram essa mesma posição por 31,6 milhões. A participação voltou para as mãos da TAP, pelo mesmo valor, a 20 de Março de 2009.»
Frederico Pinheiro, artigo publicado no jornal “Sol”
(29 Maio 2011)
«A Autoridade da Concorrência validou o acordo de princípio entre a TAP e o Grupo Urbanos para a compra de 50,1 por cento do capital da empresa de assistência nos aeroportos Groundforce, disse à Lusa ...