Na semana da principal vitrina do mercado de aviões do mundo, a Embraer ganhou terreno na guerra que trava com a canadiana Bombardier pela liderança no segmento de jatos para as companhias aéreas regionais. Após o lançamento da nova geração dos seus E-Jets, a Embraer informou na Paris Air Show que já tem 150 encomendas consolidadas do E2, família de jatos que concorre com os C-Series da Bombardier. A canadiana Bombardier não registou novos pedidos.
O E2 foi lançado na última segunda em três versões (88, 106 e 132 assentos) com preços de catálogo que variam de US$ 46,8 milhões a US$ 60,2 milhões de dólares.
Somente os modelos maiores do E2 concorrem diretamente com a família C-Series (110 a 135 lugares) e custam entre US$ 58,3 e 66,6 milhões.
Pedidos
A companhia aérea americana SkyWest foi a primeira a anunciar a compra do E2. Fez um pedido firme –que é a maneira como o setor chama as encomendas consolidadas– de cem unidades com a opção de compra de outras cem.
A ILFC (International Lease Finance Corporation) fechou 50 pedidos firmes com mais 50 opções de compra. Este último negócio foi particularmente comemorado pelos brasileiros porque é a primeira vez que companhia de leasing encomenda aviões da fabricante de São José dos Campos.
De acordo com a Embraer, somados, os pedidos firmes destas duas companhias representam US$ 7,53 bilhões (R$ 16,8 bilhões). A fabricante diz que há outras 65 encomendas em negociação.
Estratégia
Consultor especializado no mercado aeroespacial, o vice-presidente de análises do Teal Group, Richard Aboulafia, diz que a dianteira da Embraer sobre a Bombardier se deve à estratégia que cercou o E2.
“A Embraer é simplesmente muito mais agressiva comercialmente. A Bombardier tem um jato muito bom, mas isso não quer dizer muita coisa, se eles não estiverem preparados para ser agressivos em termos de preço”, disse Aboufalia à Folha.
A geração E2 é uma atualização dos E-Jet com novos componentes e motor. O CSeries é um projeto iniciado a partir de um novo design e promete economia de 20% no combustível.
O investimento da Bombardier no novo avião foi US$ 3,4 bilhões -o dobro do valor que a Embraer pretende injetar para desenvolver o E2.
“Quando você faz a reengenharia de um produto já existente, você tem custos mais baixos e pode ser mais flexível em preço. O jato da Bombardier tem maior alcance e capacidade, mas também é mais caro que o E2 para ser construído e depois operado”, comparou.
Graciliano Rocha, adaptação do texto publicado na página de internet “Folha de S.paulo“
(22 Junho 2013)
A Helvetic Airways assinou um contrato com a Embraer para converter quatro de seus pedidos firmes remanescentes para a aeronave maior da família E2, o E195-E2. ...