«O Cluster do Aero-negócios deverá ter o seu epicentro na ilha do Sal, disse a ministra das Infra-estruturas e Economia Marítima durante a sessão pública de apresentação do programa dos diferentes clusters desenhados para o país. Para Sara Lopes, é na ilha do Aeroporto Internacional Amílcar Cabral onde estão reunidas todas as condições para estimular negócios, atrair investimentos e provocar o crescimento económico à volta deste sector.
Tal como São Vicente, o ponto principal do Cluster do Mar, a ilha do Sal será a base de negócios aéreos e, assim, vai gerar oportunidades também noutros pontos do país. “Temos aqui a principal infra-estrutura aeroportuária do país, a única sem quaisquer constrangimentos e que pode receber qualquer tipo de aeronave. Temos condições para trabalharmos a partir do Sal, um hub aéreo em Cabo Verde : o centro de controlo de tráfego aéreo e toda uma vivência cultural e de desenvolvimento de uma sociedade, conjuntamente com a actividade da aviação civil”, enumera Sara Lopes.
Embora o processo esteja a correr a bom ritmo, a governante avisa que o cluster vai levar algum tempo para se efectivar. “Num período de três anos devemos tornar, a nível público, um conjunto de medidas incentivadoras e facilitadoras do ambiente de negócios. Estamos desde o ano passado a procurar parceiros económicos e investidores na China, Singapura e Japão. É um trabalho que leva tempo, exige paciência e muita coordenação. É aqui que nós temos o maior desafio”. O que se pretende é identificar todos os investimentos já feitos e todas as oportunidades de negócios correlatas à actividade de aviação civil e transportes aéreos.
Por agora, muitas oportunidades já estão identificadas: “Há possibilidade de num período de cinco anos duplicar o tráfego aéreo nacional. Isso significa que temos de tomar algumas medidas em termos de incentivos para as pessoas viajarem mais e utilizar mais os transportes aéreos. Para desenvolver o hub aéreo teremos de trabalhar todos os factores que possam incrementar o fluxo de pessoas e carga de e para Cabo Verde”. Além disso, está identificada a oportunidade de desenvolver a aviação recreativa: “Temos infra-estruturas aeroportuárias com boas condições de navegabilidade mas recebem apenas cinco ou menos voos por semana”.
O domínio da formação é outra área que poderá ser explorada. “Temos já uma cultura aeronáutica bastante acentuada em Cabo Verde, com muita capacidade reconhecida lá fora, as nossas instituições estão todas certificadas, são reconhecidas a nível regional e internacional. Podemos aqui desenvolver a capacidade de formação não só para os PALOPS, CPLP e nossa sub-região, mas também em parceira com empresas globais que possam pretender a partir de Cabo Verde gerar competências e conhecimento. Queremos desenvolver escolas de pilotagem, é possível prestar serviços de manutenção e revisão, etc. São domínios de negócios que estamos a identificar. O governo deverá criar as facilidades e as condições de “doing business” para que estas actividades económicas se desenvolvam”, acreditaa Ministra.
Porém, realça Sara Lopes, quem deverá construir estes clusters deve ser o próprio sector privado. “O Estado está aberto e estamos a discutir neste momento o modelo de gestão das infra-estruturas produtivas para vermos se abrimos ao sector privado alguns domínios da gestão portuária e aeroportuária. Assim, poderemos criar melhores condições para que haja negócios nestes sectores”, garante.»
artigo publicado na página de internet “A Semana”
(27 Fevereiro 2013)
Construído pela Impresa Costruzioni Giuseppe Maltauro, o novo terminal tem uma área de 2560 m2, incluindo lojas “duty free” e turísticas e zona de restauração. “Estas instalações modernas ...