«O executivo Germán Efromovich decidiu pedir ajuda ao governo brasileiro para uma nova tentativa de compra da companhia aérea portuguesa TAP.
A operação de venda, que estava na fase final, foi cancelada pelas autoridades portuguesas em dezembro, sob o argumento de que o executivo não apresentara as garantias financeiras necessárias.
O acordo havia sido estimulado pelo ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), e a suspensão logo depois de sua condenação a mais de dez anos de prisão pelo mensalão levou a especulações no mercado de que haveria relação entre os dois fatos.
Efromovich era candidato único à compra.
Desta vez, o governo brasileiro pretende dar apoio oficial à operação, abrindo espaço para a criação de uma “superaérea” luso-brasileira.
Segundo disseram à Folha interlocutores da empresa e do governo, a ideia é que a aquisição agora seja feita pela Avianca Brasil, e não pelo grupo Synergy, holding que controla os negócios de Efromovich, como proposto na primeira tentativa de compra.
A ajuda financeira do governo brasileiro via BNDES não está descartada, mas a avaliação do governo é que o executivo tem capital suficiente para bancar a operação.
Tripla nacionalidade
Efromovich, que tem nacionalidade brasileira, colombiana e polaca, é dono da Avianca Brasil e da colombiana Avianca-Taca e tem um portfólio vasto de negócios, incluindo dois estaleiros.
A criação da superaérea é vista com bons olhos pelo governo brasileiro, que, no passado, acalentava a ideia de lançar a TAM na empreitada.
Com a mudança no capital da companhia, que vendeu parte de suas ações, tornando-se sócia da chilena LAN, o plano foi engavetado.
O governo tem acompanhado as negociações por meio do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio). Há três semanas, ele e o executivo se encontraram em Brasília.
A nova companhia nasceria com receitas de R$ 7,5 bilhões, frota de 106 aeronaves e capacidade de transportar 15 milhões de passageiros.
Parte: 1 2
Avançam assim a SAGEF (grupo Synergy — Germán Efromovich) e a Gateway (DGN, de David Neeleman, e HPGB, de Humberto Pedrosa, presidente da Barraqueiro). Ambas propõem-se comprar 61% da TAP. As propostas, ...