«A AMR, holding da companhia aérea American Airlines, anunciou hoje ter avançado com um pedido de protecção contra credores num tribunal de Nova Iorque para se poder reestruturar financeiramente. O plano prevê redução de custos de funcionamento e cortes salariais.
A reorganização foi comunicada com a garantia de que as operações de voos do grupo estão asseguradas, pondo fim a meses de especulação sobre como sobreviveria a empresa – a terceira maior companhia norte-americana — à pressão dos mercados perante prejuízos trimestrais desde Outubro do ano passado.
O grupo, que abrange a American Airlines e a American Eagle, evitou a entrada em bancarrota ao abrigo do chamado “Capítulo 11”, a lei norte-americana de protecção contra os credores, que prevê um processo semelhante a uma insolvência através de um plano de reestruturação para as empresas em dificuldades resolverem as suas dívidas.
Neste caso, a empresa vai garantir a viabilidade financeira através de um processo de recuperação sem pôr em causa a continuidade das operações da companhia, graças a 4100 milhões de dólares (3071 milhões de euros) que tem disponíveis em caixa.
O primeiro passo para a reestruturação da empresa já foi dado, com o anúncio da saída do actual presidente do grupo, Gerard Arpey, 53 anos, há 30 na empresa. A liderança vai passar para Thomas Horton, até aqui director financeiro da empresa e a quem coube anunciar uma “decisão difícil”, como disse ser aquela que a American Airlines agora tomou. “É o caminho necessário e certo a seguir” para que a companhia se torne “mais eficiente, financeiramente mais forte e competitiva”, defendeu num comunicado.
O grupo quer baixar custos operacionais e reduzir os encargos com salários, embora não sejam para já conhecidas mais informações. Pela frente prevê-se um longo caminho de negociações com os trabalhadores e os sindicatos, a avaliar pelo braço-de-ferro, nas últimas semanas, entre a administração e os pilotos por causa de reduções salariais que a empresa já propusera.
Na bolsa de Nova Iorque, a AMR fechou ontem em alta ligeira (0,621%), mas desde o início do ano já perdeu cerca de três quartos do seu valor, segundo o Financial Times.»
Pedro Crisóstomo, artigo publicado no jornal “Público“
(29 Novembro 2011)
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