1) Desorientação espacial: por ser uma rota noturna, os pilotos podem ter se desorientado e desviado o caminho. Ao perceberem o erro, enfrentaram problemas técnicos ou dificuldades para um pouso de emergência. A companhia aérea não divulgou detalhes da capacitação dos pilotos e nem se eles estavam acostumados com a rota. O voo sumiu dos radares cerca de uma hora depois de decolar, quando viajava em uma altitude de cruzeiro em torno de 10,6 mil metros.
Nenhuma parte da aeronave foi encontrada e as buscas foram ampliadas para o Estreito de Malaca, um das mais movimentadas rotas marítimas do mundo que separa a parte continental da Malásia (e também Cingapura) da ilha indonésia de Sumatra, ao oeste da Malásia. O local fica fora da rota planejada para o voo.
2) Falha estrutural ou pane: um problema técnico, uma falha ou pane no avião pode ter provocado a queda do piloto automático e obrigado os pilotos a reagir inesperadamente. Entre possíveis problemas citados estão a perda de potência dos dois motores, falha de câmbio ou falha estrutural de outro equipamento (como foi o caso da Air France em que as sondas pitot congelaram e passaram aos pilotos dados errados sobre a velocidade do avião). Segundo a companhia, o avião passou por uma manutenção dez dias antes do voo.
Antes do incidente do MH370, foram registrados ao menos outros cinco acidentes com o Boeing 777, muitos em rotas asiáticas.
Em 2004, o motor de um modelo da Singapore Airlines explodiu durante a decolagem. Já em 2005, houve dois casos com o 777-200, um deles da Malaysia Airlines, com o piloto recebendo indicações erradas de altitude e velocidade. Os outros dois últimos acidentes com 777-200 ocorreram em 2008 e 2013: no primeiro, houve congelamento do tubo de combustível e o motor explodiu na aproximação do aeroporto, na Inglaterra; no segundo, o avião perdeu sustentação durante aproximação para o pouso e muitas pessoas sofreram queimaduras em São Francisco, EUA.
3) Descompressão: pequenas fissuras na fuselagem, ou até uma bomba, podem levar à descompressão brusca ou lenta da cabine, impossibilitando a tripulação de tomar alguma atitude. “Uma lenta descompressão não é sentida pela tripulação. Quando vê, desmaia e não tem mais como reagir”, afirma um piloto.
A descompressão poderia provocar ou vir a provocar falha na estrutura da aeronave e gerar o acidente.
Em 1997, um artefato provocou uma explosão em um Fokker 100 da TAM, que teve um pedaço da fuselagem arrancado, expelindo para o ar um passageiro e provocando danos no avião, que conseguiu pousar.
4) Atos ilícitos: a ação de sequestradores, provocando pânico a bordo, a explosão de uma bomba ou um ato terrorista são cogitados. Eles podem ter provocado algum dano no avião, que poderia levar à descompressão ou fragmentação no ar. “A hipótese de um sequestro nesses moldes é tecnicamente factível”, diz Moacyr Duarte.
Apesar de especulações que surgiram após dois passageiros identificados como iranianos terem embarcado com passaportes roubados, a Interpol diz “não ver indícios” de terrorismo. Outro fato que levantou suspeitas foi que cinco passageiros despacharam as bagagens, mas não embarcaram. A CIA disse que não descarta esta pista.
5) Falha do piloto: um dos pilotos pode ter tomado uma atitude errada ou, com o desligamento do piloto automático por algum motivo técnico ou pane, ter reagido de forma equivocada que desestabilizou ou provocou a perda de sustentação do avião. Os pilotos também podem ter permitido a entrada de outras pessoas na cabine.
6) Incidente interno: em caso de briga entre passageiros, um dos pilotos pode ter tentado atuar, permitindo acesso de outras pessoas que poderiam desestabilizar o controle à cabine.
“Com frequência um avião é obrigado a pousar inesperadamente para retirarem um passageiro que está trazendo problemas. Este voo levava pessoas de raízes culturas diferentes em uma área de histórico de conflitos. Algum ato espontâneo ou planejado poderia ter começado internamente uma desestabilização no avião”, diz Jorge Barros.
7) Abatimento acidental ou desfragmentação em alta altitude: algum país vizinho pode ter abatido o avião de forma não intencional. Ou o avião pode ter se despedaçado em alta altitude após o rompimento da fuselagem por algum motivo. Para as duas possibilidades, destroços do Boeing seriam vistos na água, mesmo que com grande dispersão. “Algum destroço sempre aparece na água. O avião é feito de peças leves, que devem flutuar. O fato de nada ter aparecido ainda é muito estranho”, acrescenta Jorge Barros.
8) Suicídio: se o piloto desejasse atirar o avião contra o mar, ao chocar contra a água, em alta velocidade, o avião se quebrar-se-ia, segundo os especialistas. Ao menos algumas partes ou óleo seriam encontradas na superfície.
Tahiane Stochero e Marina Franco, adaptação do texto publicado na página de internet “Globo“
(11 Março 2014)
Parte: 1 2
O motor direito do Boeing 737-800 da Air China incendiou-se na pista do aeroporto de Fuzhou, na província chinesa de Fujian, quando estava no caminho para a descolagem. ...