pista73.com

conteúdos de aviação comercial

Inicio

Ground Handling, Europa

Portugal – Aeródromo de Viseu quer atingir o estatuto de “aeroporto”

«A discrição e a localização geográfica fazem do Aeródromo de Viseu um local de destino da aviação executiva. Desde 2015 que a pista faz parte da carreira aérea Bragança/Portimão e no último ano registou um aumento de 11% no número de voos

que ali aterram por lazer ou negócio. A pouco mais de uma centena de quilómetros do Porto e a 20 minutos de avião, este equipamento quer crescer e atingir o estatuto de “aeroporto” de apoio ao Sá Carneiro. Tudo está encaminhado para Viseu ser uma porta de entrada e saída para a Europa.
Para esta infra-estrutura, cuja gestão é da responsabilidade da autarquia viseense, está delineado um “plano arrojado” que envolverá o aumento da pista mas também toda a certificação e qualificação para subir de classe e assim permitir não só a entrada e saída de passageiros fora do espaço Schengen como também carga aérea e correio. O aeródromo é, actualmente, de classe II o que quer dizer que permite operações de transporte de aeronaves com menos de 19 lugares e a realização de voos intracomunitários, desde que previamente autorizados pela autoridade de fronteira, pelo director do aeródromo e pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Segundo os responsáveis pelo equipamento, a estrutura já possui também muitos dos requisitos exigidos pela classe III que é o próximo passo.
O aeródromo de Viseu caminha no mesmo sentido do de Tires (Cascais) que se assume como referência na zona de Lisboa para voos executivos e está a ser alvo de várias obras para poder solicitar a classificação de aeródromo de classe IV. Ou seja, para ter um conjunto de serviços em permanência, como o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) para controlo de passaportes.
“Queremos crescer e não inchar”, assume João Paulo Gouveia, vereador na Câmara de Viseu responsável pela gestão do aeródromo.
O autarca lembra que Portugal precisa de muitos aeroportos, pistas e tudo o que facilite a visita ao país e Viseu está “no bom caminho”. Prefere, no entanto, ter “um bom aeródromo do que um aeroporto como outros à espera de ninguém”.

Discrição e taxas mais baixas
“Uma das nossas mais valias é a discrição”, conta Alexandre Soares, director do aeródromo, para justificar a preferência de Viseu na mobilidade aérea.
A maioria dos passageiros tem como destino o Douro ou outros pontos turísticos, mas o que tem vindo a aumentar é o número de aviões e pessoas que aterram por questões de negócios. Chegam essencialmente da Espanha, do Reino Unido e da Alemanha. “É negócio puro”, sustenta.
“São várias as vantagens deste aeródromo. Espaço aéreo livre com informação de voo, taxas inferiores a outros aeroportos e combustível para avião a jacto mais barato e o único entre Lisboa e o Porto”, destaca o director. A isto acrescem “os recursos humanos qualificados e a segurança”. “Conseguimos também ter tudo operacional em 14 minutos”, sublinha, dando como exemplo a noite em que foi necessário evacuar as vítimas de um incêndio que deflagrou num associação cultural em Vila Nova da Rainha, Tondela. Segundo Alexandre Soares, o aeródromo é já hoje também uma base para a protecção civil.
O Aeródromo Gonçalves Lobato, como foi baptizado, já serviu como ponto de chegada e partida de aviões que transportaram Marcelo Rebelo de Sousa ou a Selecção Nacional. Desde que passou a receber voos regulares da carreira aérea, em 2015, e depois de obras de requalificação e modernização, esta estrutura tem vindo a reunir certificados, entre eles a possibilidade de voos nocturnos. Serve também de base para as aeronaves de combate aos fogos florestais e é a casa do aeroclube local.
Em 2017, registou 10.976 movimentos (todo o tipo de voo), um crescimento na ordem dos 20 por cento relativamente ao ano anterior, e 9.924 passageiros embarcados e desembarcados. Voos privados foram 1.550.
Para João Paulo Gouveia, esta infra-estrutura está ao serviço de uma região e é intenção da autarquia viseense avançar com o alargamento da pista que fique também mais favorável aos ventos e voos e a renovação de toda a aerogare.
“Nós temos vindo a fazer um trabalho de requalificação e qualificação de todo este equipamento e temos um conjunto vasto de investimentos previstos. É evidente que queremos evoluir, mas isso não se faz de um dia para o outro. É necessário que hajam várias vontades, nomeadamente do ponto de vista dos fundos comunitários e no que vamos ter no 2030”, sublinha o autarca.»

Sandra Rodrigues, artigo publicado na página de internet “Público
(22 Junho 2018)

Aeródromo de Viseu

Mais em Europa, Ground Handling (718º de 1472 artigos)

«O presidente da Câmara de Viseu garante que não tem qualquer pretensão em transformar o aeródromo municipal num aeroporto, mas não esconde que o objetivo do Município passa por ter “mais ...