«O Grupo Urbanos, que comprou 50,1% da empresa Groundforce, recorreu ao Processo Especial de Revitalização. Dívidas somam 44,2 milhões. Novo Banco e Parvalorem são os maiores credores.
A Urbanos Grupo SGPS, holding do grupo de logística, recorreu ao Plano Especial de Revitalização (PER) para empresas em dificuldades económicas e financeiras. A lista publicada revela que os créditos reclamados e já reconhecidos ascende a cerca de 44,2 milhões de euros. O Novo Banco e fundos de investimento imobiliário do antigo BPN estão entre os principais credores.
O Grupo Urbanos, liderado por Alfredo Casimiro, comprou 50,1% do capital da Groundforce, empresa de handling (assistência em terra) da TAP onde a transportadora portuguesa ainda detém 49,9%. A banca é um dos principais credores, com o Novo Banco a liderar os valores reclamados no montante de 7,5 milhões de euros. O Montepio reclama cerca de quatro milhões de euros e o BCP tem a haver 2,7 milhões de euros. Já o grupo Caixa de Crédito Agrícola Mútuo tem créditos de 2,6 milhões de euros. O grupo também tem dívidas ao Fisco. O valor reclamado é da ordem de 390 mil euros.
Entre os maiores credores da holding da Urbanos estão, ainda, outras empresas do grupo e três fundos de investimento imobiliário que reclamam 6,4 milhões de euros por contratos de arrendamento. Um desses fundos pertence à Caixa Geral de Depósitos — e reclama quase um milhão de euros. Mais elevadas, no valor de 5,4 milhões de euros, são as dívidas aos fundos de investimento detidos por sociedades controladas pela Parvalorem, empresa do Estado que ficou a gerir os ativos de má qualidade do Banco Português de Negócios (BPN).
Há mais empresas do grupo no PER. Em declarações ao Dinheiro Vivo, no início de agosto, Alfredo Casimiro justificava o pedido de proteção de credores com oito anos de ajustamento no mercado nacional que afetaram 30% da economia. O responsável adiantava que que a reestruturação visava tornar a empresa mais competitiva.
O Grupo Urbanos tem cerca de 400 colaboradores e tentou concorrer à privatização dos CTT em 2013. No entanto, o governo de então optou por vender a empresa através de uma colocação em bolsa. O grupo fechou a compra de 50,1% da Groundforce em 2012 e tem uma opção para adquirir o resto da empresa de assistência em escala à TAP.»
Ana Suspiro, artigo publicado na página de internet “Observador“
(1 Setembro 2016)
A discussão e aprovação do Plano de Insolvência da Groundforce, que selará a entrada do novo acionista maioritário e a recuperação da empresa de handling, está marcada para 27 de setembro. Será o ...