A vulnerabilidade do abastecimento de combustível ao aeroporto de Lisboa só chega à discussão pública quando os problemas rebentam. Foi assim em 2008 depois do bloqueio contra o aumento do preço do petróleo ou quando há uma greve ou bloqueio dos camionistas o cenário repete-se.
Mas essa “fragilidade”
é mais difícil de compreender quando desde 2015 está prevista a manutenção do atual aeroporto durante pelo menos por mais umas décadas. O aeroporto Humberto Delgado está completamente dependente do Parque de Aveiras (CLC Companhia Logística de Combustíveis) de onde todos os dias saem de Aveiras/Aeroporto entre 80 a 120 camiões com combustível GRADE JET A1 só utilizado em aeronaves.(Despacho de aeronaves).
O oleoduto que assegurava o abastecimento à Portela a partir da Matinha e para dar lugar à Expo 98 foi desativado à 20 anos
“O pipeline que liga Sines a Aveiras, numa extensão de 147 quilómetros, também atravessou os rios Sado e Tejo, passando por baixo dos leitos”.
As três hipóteses para fazer o oleoduto
Mas se já está decidido que Humberto Delgado vai ficar durante muitos anos ainda na Portela, como aliás assume a ANA, faz sentido avaliar de forma séria, e pela primeira vez, as opções que existem para libertar o aeroporto da dependência do transporte rodoviário. E para José Sepodes há pelo menos três hipóteses, embora admite mais.
1 – Construção de um novo pipeline para levar o fuel do parque de Aveiras até à Portela, numa extensão de mais de 30 quilómetros. Para além da distância, a concretização desta solução seria dificultada pelo elevado nível ocupação do território atravessado.
2 – Utilização das infraestruturas desativadas da NATO na margem Sul que chegariam ao Montijo e daí atravessariam o Tejo para chegar a Cabo Ruivo e seguirem até à Portela. A necessidade de reabilitar oleodutos, a travessia do rio na zona do estuário e o atravessamento de uma área sensível em Lisboa, poderiam ser obstáculos.
3 – Adotar para a Portela a solução que foi estudada para o Campo de Tiro de Alcochete. Fazer um desvio no oeloduto que transporte jetfuel a partir da refinaria de Sines antes de chegar a Aveiras e num ponto de maior proximidade do atual aeroporto para reduzir a extensão da nova infraestrutura. No entanto, José Sepodes considera que a localização do Campo de Tiro de Alcochete é muito mais favorável para ligar ao pipeline porque se situa a poucos quilómetros desta infraestrutura. “Do ponto de vista do abastecimento por pipeline, esta localização seria muito mais fácil, barata e segura do que a Portela. Mas o Governo já afastou este cenário, quando aprovou a opção Portela mais Montijo, ainda que condicionada ao estudo de impacte ambiental que está para análise da APA (Agência Portuguesa do Ambiente).
Artigo do Observador
Há soluções para abastecer o aeroporto por oleoduto, mas até agora não foram estudadas.
Thierry Ligonnière, CEO da ANA, questionado sobre quando pensa poder ser vislumbrada a nova infraestrutura, o presidente executivo relembrou que o avançar do “novo aeroporto vai depender da solução ...