«Perdeu a mala em viagem? Agora vai poder segui-la a partir do telemóvel, graças ao projeto “Mala Segura”, que permite ao passageiro monitorizar a sua bagagem de aeroporto em aeroporto.
O projecto português Mala Segura, um sistema “inteligente” de localização e monitorização de malas, pode vir a ser usado nos aeroportos de todo o mundo, caso seja aprovado pela Associação Mundial de Transporte Aéreo (IATA), que reúne sobre o tema nos próximos dias 22 e 23 de Março.
A tecnologia garante a monitorização em permanência e a nível global, graças à incorporação, na espessura das bagagens, de dispositivos como o RFID (“radio frequency identificator”), WSN (“wireless sensor network”) e GPS/GSM (“global positioning system”). Permite ao cidadão, através de uma simples aplicação no telemóvel, controlar onde andam as suas malas e se já entraram ou não no avião.
O projecto foi desenvolvido pelo Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP) da Universidade do Minho, com a parceria de quatro empresas e um centro de investigação. A Renascença falou com Bruno Pereira da Silva, director do projecto do PIEP e membro da comissão executiva do consórcio, para apurar até onde vai “voar” este projecto.
IATA dá o “carimbo” de confiança
“Nós fomos convidados pela própria IATA para apresentar, no Canadá, a solução. Da nossa parte existe grande confiança de que seja aprovada e que haja um carimbo da IATA a dizer que esta é uma solução inovadora que pode ser implementada a nível global”, afirmou Bruno Pereira da Silva. O director do consórcio lembrou que a IATA já recomenda o uso da tecnologia RFID há algum tempo, que “já está a ser utilizada mesmo em Portugal, no aeroporto de Lisboa, na área das transferências de bagagens, onde há mais problemas”.
Bruno Pereira da Silva explica a inovação do projecto
Pereira da Silva admite que o “RFID” não é implementado agora a nível maciço por questões económicas. “A partir do momento em que desenvolvemos uma solução em que o factor económico é diluído pelo número de viagens que fazemos, e o custo é por parte do utilizador, poderá ser facilmente implementada a nível global”.
As malas podem ser usadas no transporte aéreo, marítimo, ferroviário ou rodoviário, mas a gestão aeroportuária pode valer mais de 90% do mercado, de acordo com o PIEP. Alguns aeroportos já usam esta tecnologia, anexando manualmente as etiquetas em cada mala e investindo cerca de 10 cêntimos por passageiro, o que se reflecte nas taxas cobradas nos bilhetes. Porém, se as bagagens tiverem aquele dispositivo incorporado o custo passa para o passageiro apenas quando compra a sua mala.
Mala incorporada com “RFID” pode vir em várias formas
Segundo as previsões do consórcio “Mala Segura”, o passageiro vai poder adquiri-la já dentro de meio ano. A solução agora apresentada é “rija”, mas “dado que o mercado de mala não é só o rijo, existe também o tecido, desenvolvemos uma solução paralela, flexível, que pode ser incorporada nas malas de tecido, e também nas malas que já existem”.
Em 2009 ter-se-ão extraviado 10 mil bagagens por dia nos aeroportos da União Europeia e 90 mil a nível mundial, os seja, 600 mil por semana e três milhões por mês, representando um custo global estimado de três mil milhões de euros.»
artigo publicado na página de internet “Rr Radio Renascença”
(19 Março 2011)
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