«Os aeroportos do mundo todo deverão adotar no futuro novas medidas para intensificar a segurança dos passageiros em voos. Não se trata de scanners que fazem o raio-x do corpo, proibidos recentemente na União Europeia pelas discussões sobre invasão de privacidade e ameaça de câncer, mas sim de tecnologias alternativas que serão aplicadas com base no perfil do viajantes.
Algumas das medidas já foram apresentadas em relatório pela Agência Internacional de Transporte Aéreo IATA, e um novo equipamento já está em teste. Os “passageiros conhecidos” (aqueles que possuem um histórico de viagens perante as autoridades governamentais), por exemplo, utilizarão o corredor de segurança da cor azul, junto com um documento de identificação com foto.
Quando se trata de “viajantes novatos” (aqueles que viajam pela primeira vez), eles serão submetidos a uma avaliação “melhorada”, passando por um corredor amarelo que conta com uma série de scanners de íris e detectores para averiguar possíveis irregularidades.
“Uma década após os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos, é importante realizar uma revisão em todas as tecnologias de segurança que já foram criadas. Estou convencido de que podemos encontrar formas melhores de garantir a proteção dos passageiros. A segurança é uma prioridade para todos os associados com a indústria da aviação”, destacou Tony Tyler, CEO da IATA, em comunicado.
A agência projeta que a quantidade de pessoas que utilizarão o transporte aéreo até 2050 irá quintuplicar para 16 bilhões de pessoas, ante 2,8 bilhões de passageiros que devem viajar em aviões neste ano. “É necessário criar medidas de segurança para garantir a proteção de todos. Não podemos tratar nossos passageiros como se fossem terroristas, mas sim protegê-los daqueles que podem representar uma ameaça à aviação mundial”, explica o executivo.
O vídeo abaixo mostra como serão os detectores no futuro (ainda não há uma previsão sobre quando o equipamento começará a vigorar nos aeroportos). Em um primeiro momento, a passageira classificada como “conhecida” passa pelo corredor azul. Já no segundo momento, o “viajante novato” é encaminhado ao corredor amarelo, onde há mais detectores.
Detectores de mentiras térmico
A busca por segurança alternativa não para no equipamento desenvolvido pela IATA. Se o passageiro está suando frio, com medo de passar pelos detectores, ele deve ter muito cuidado.
O governo do Reino Unido, junto com o Centro de Computação Visual da Universidade de Brandford, desenvolveu um detector de mentiras que mede a temperatura do passageiro quando ele está sendo interrogado nas alfândegas.
Os testes do projeto já estão em andamento e são coordenados pelo professor Hassan Ugail, que comanda o estudo. De acordo com a Universidade de Brandford, as primeiras experiências realizadas indicaram que o sistema funciona com sucesso.
A câmara de imagem térmica capta as variações de temperatura, o movimento dos olhos e micro expressões faciais. O resultado, combinado com uma análise psicológica, pode fornecer pistas se o viajante está relatando fatos verdadeiros sobre ele mesmo.
Bluetooth para monitoração
O sistema de rastreamento de passageiros do maior aeroporto da Finlândia é já é feito desde julho por bluetooth. A tecnologia, desenvolvida pela empresa Amor Group, serve não apenas para enviar dados de um celular para o outro, mas também para indicar os status dos passageiros.
Atualmente, o sistema é utilizado para o monitoramento de embarque nos terminais, especialmente durante o período de pico de voos. A plataforma é capaz de mostrar o tempo médio de espera dos viajantes, que é repassado em telas grandes espalhadas por todo o aeroporto.
Cães rastreadores e clonados
Lee Byeong-chun, que ficou mundialmente conhecido em 2005 por clonar o primeiro cachorro do mundo, conseguiu gerar dois cães idênticos ao labrador Chase, premiado pelo faro excepcional na busca por drogas no aeroporto da cidade de Incheon, localizado na Coreia do Sul.
Geralmente apenas três em cada 10 animais treinados conseguem ter o nariz afinado para realizar o trabalho de inspeção em aeroportos. No caso dos dois cães clonados, ambos passaram no teste e integraram a equipe de segurança.
A experiência com cães clonados fez o aeroporto de Incheon ser reconhecido por ter uma das melhores equipes de cachorros farejadores do mundo.»
Marcel Salim, artigo publicado na página de internet “Exame”
(26 Novembro 2011)
«Se passar pelo aeroporto de Lisboa este mês poderá experimentar o futuro do controlo de fronteiras para sair da União Europeia. Em vez de ficar na fila para mostrar o passaporte, os viajantes podem ...