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«Júlio Cezar terá uma estátua no aeroporto
O precursor da aviação no Brasil, o paraense Júlio Cezar Ribeiro, vai ser homenageado com a inauguração de uma estátua de bronze no terminal de passageiros do aeroporto de Belém, na próxima segunda-feira (24), às 9h.
Desde 2010, o aeroporto também passou a se chamar “Aeroporto Internacional de Belém/Val-de-Cans/Júlio Cezar Ribeiro”, como reconhecimento dos paraenses a um filho ilustre que honrou o nome do Pará nos céus de Paris em 1881.
A trajectória de Júlio Cezar na aviação mundial foi repleta de conquistas, tropeços e decepções ao longo do curto tempo de vida que passou entre o Pará, a Europa e o Rio de Janeiro. Quem lutou para que seu nome e seu invento fossem reconhecidos e eternizados na memória do povo paraense foi seu bisneto, Eurico Bentes Costa.
Desde 1959 havia a ideia de dar o nome de Júlio Cezar ao aeroporto de Belém. Mas a ideia não se concretizou. Em 2005, com a entrada de um projecto de lei no Congresso Nacional, o bisneto do aviador voltou a ter esperanças de que o feito heróico de seu parente fosse reconhecido.
Participaram deste esforço de votação os deputados Elcione Barbalho (PMDB) que foi relatora do projecto na Comissão de Educação e Cultura, Gerson Peres (PP) e Zenaldo Coutinho (PSDB) que defenderam a aprovação do mesmo na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. “Tratava-se de uma justa homenagem não só a um paraense ilustre, mas a um brasileiro que defendeu a bandeira do Brasil ao se tornar um dos precursores da aviação mundial”, destacou Elcione.
Para o bisneto Eurico Bentes, a história teria que fazer justiça ao inventor paraense. Foi por essa razão que ele tanto lutou para homenagear o bisavô dando o nome dele ao aeroporto de Belém.
HISTÓRIA
A história de Júlio Cezar começou em 8 de Novembro de 1881, quando em um feito histórico, levantou o balão “Le Victoria” de dez metros de comprimento e dois de diâmetro em Paris. Após a experiência, o inventor foi aclamado pela imprensa parisiense e se tornou membro da Sociedade Francesa de Navegação Aérea.
Nascido em 1847, no município do Acará, o então professor serviu a escola Militar do Rio de Janeiro em 1862, de onde partiu para se integrar às forças militares brasileiras na Guerra do Paraguai. Foi durante a guerra, em 1867, que Júlio Cezar teve a oportunidade de se familiarizar com os balões, usados militarmente na época para observação na América do Sul.
Depois de seu primeiro feito em Paris, o inventor voltou a Belém, onde continuou suas experiências. Posteriormente construiu um grande dirigível, que se chamava Santa Maria de Belém. Em 1884, tentou voá-lo em Belém mas fracassou: ele não conseguiu encher o balão com os três milhões de litros de hidrogénio necessários para levantar o voo. Algum tempo depois teve seu invento plagiado pelos irmãos franceses Charles Renard e Arthur Krebs.
O voo do “La France” supostamente “inventado” pelos franceses, foi realizado em 9 de agosto de 1884. Os dois foram apoiados por militares franceses que negligenciaram a patente reconhecida três anos antes, na própria França, em favor de Júlio Cezar.
Indignado, o inventor paraense escreveu o artigo “A Direcção dos Balões” divulgado pela imprensa paraense e encaminhado ao Instituto Politécnico Brasileiro. Foi assim que Júlio começou mais um voo, dessa vez, em busca do reconhecimento perdido. Só que ele morreu em 1887, sem conseguir essa façanha, e ficou esquecido na História do Pará.»

artigo publicado no jornal “Diário do Pará”
(22 Janeiro 2011)


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