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E voar de Londres a Nova Iorque numa hora ou menos?

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«Em breve poderá ser possível voar entre Londres e Nova Iorque em menos de uma hora. A Força Aérea norte-americana testou nesta quarta-feira um avião hipersónico e o objectivo é alcançar a velocidade Mach 6, quando a velocidade do som, ao nível do mar, e a uma determinada temperatura é Mach 1.
O projecto foi desenvolvido pela agência NASA e pela Agência de Projectos de Investigação de Defesa Avançada (DARPA). Os testes de voo foram planeados a partir da base da Força Aérea norte-americana Edwards Air na Califórnia. O avião não tripulado WaveRider X-51A foi preso à asa de um antigo bombardeiro B-52, que o levantou a cerca de 15.000 metros de altitude e o largou sobre o oceano Pacifico.
Os engenheiros aeroespaciais esperavam que o aparelho subisse, depois, a uma altura de cerca de 21.300 metros e atingisse a velocidade Mach 6, equivalente a 6900 quilómetros por hora. Depois de um voo de cinco minutos, o avião de oito metros de comprimento deveria despenhar-se no oceano.
O número Mach corresponde à relação entre a velocidade de um objecto e a velocidade do som. A esta velocidade – Mach 6 –, que é seis vezes superior à do som (aproximadamente 1235km/h dependendo de vários factores como a altitude e a temperatura), seria possível viajar entre Londres e Nova Iorque em menos de uma hora. Segundo adiantou à BBC um porta-voz do exército norte-americano, os resultados dos testes serão divulgados mais tarde nesta quarta-feira.
Apesar de não ser possível recuperar o avião depois da queda no oceano, os engenheiros conseguem ter acesso a todos os dados registados durante o voo e podem usá-los no desenvolvimento de tecnologia para usos militares.
Segundo a BBC, o Pentágono e a NASA esperam desenvolver mísseis mais rápidos e expandir esta pesquisa à construção de aviões comerciais capazes de atingir velocidades muito superiores às que se praticam actualmente.
O desenvolvimento de tecnologia hipersónica permitiria à Força Aérea transportar mísseis ou aviões para qualquer parte do mundo em questões de minutos, em vez de horas, reduzindo o tempo de reacção do inimigo.
Esta é a terceira experiência de um programa de voo que arrancou em 2004 e que testa aviões hipersónicos para voarem cada vez mais rápido. Em 2010, o primeiro WaveRider voou durante cerca de dois minutos e meio a uma velocidade de 3500 quilómetros por hora, mas por erros técnicos a prova teve de ser interrompida.
Em Junho de 2011, outro WaveRider também não conseguiu alcançar a velocidade pretendida de Mach5.»

Marta Portocarrero, artigo publicado no jornal “Público”
(15 Agosto 2012)

 

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