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Malaysia Airlines – Plano de reestruturação será conhecido esta semana

As agências adiantam ainda que o plano passará pela redução de algumas rotas, bem como pela mudança de nome da marca e pela substituição do actual presidente executivo da Malaysia Airlines, Ahmad Jauhari Yahya, e de outros elementos da sua equipa, cujo mandato termina em Setembro. Mas estas medidas farão parte de um projecto de reestruturação mais vasto, cujos contornos começaram a ser conhecidos no início de Agosto, depois de o Khazanah ter divulgado um comunicado em que propõe comprar as participações minoritárias na companhia, da qual detém 69% do capital.
O fundo soberano da Malásia, que detém múltiplas participações em empresas estratégicas do país, estará decidido a privatizar a transportadora aérea depois de concluir a operação de compra e o plano de reestruturação. Outra medida já decidida será a retirada da companhia da bolsa malaia, onde tem vindo a perder valor nos últimos meses. Desde o início do ano, as acções da Malaysia Airlines acumulam uma queda de quase 25%.
Também até ao final da semana deverão ser conhecidos os resultados semestrais da empresa, que adiou a apresentação das contas para 28 de Agosto. Os analistas esperam que as perdas, que atingiram 102,9 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, se avolumem. A transportadora aérea tem sido acusada de ter uma estrutura de custos demasiado pesada, também fruto de um quadro de pessoal desajustado das necessidades.
Este desequilíbrio tornou-se mais latente com os incidentes deste ano, visto que a procura desceu a pique. Apesar de a queda não ter sido muito acentuada após o desaparecimento do MH370, o abate do MH17 no Leste da Ucrânia fez-se sentir de imediato e com intensidade na operação da companhia. De acordo com dados publicados recentemente no seu site, o tráfego caiu 22,3% logo em Julho face ao período homólogo, o que significou a perda de 125 mil passageiros. Isto apesar de todas as campanhas promocionais que a transportadora tem vindo a lançar, incluindo novas regalias para os clientes que viajam em executiva (a oferta de bolos de aniversário é só um dos exemplos).
Mas, apesar dos esforços (e da profundidade da reestruturação que será agora anunciada), será difícil reerguer a Malaysia Airlines. Um acidente é o pior que pode acontecer a uma companhia de aviação. Duas tragédias no espaço de quatro meses, com os contornos das que envolveram o MH370 e o MH17, podem ser suficientes para não se conseguir evitar a falência.»

Raquel Almeida Correia, artigo publicado no jornal “Público
(25 Agosto 2014)

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