«O presidente da Embraer em Portugal está a diversificar a actividade das fábricas da brasileira com a introdução de mais componentes. As fábricas da Embraer em Évora já empregam “quase 300 funcionários” e, este ano, a construtora aeronáutica prevê aumentar o número de trabalhadores em cerca de 30%, revelou à Lusa o presidente da empresa em Portugal.
No ano passado, “praticamente, duplicámos o nosso efectivo e chegámos ao final de 2014 com quase 300 funcionários, a maior parte oriunda de Évora ou da região”, adiantou Paulo Marchioto, presidente da Embraer Portugal.
Em entrevista à Lusa, o responsável disse também que “a maior parte” dos trabalhadores foi formada através da colaboração estabelecida com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP): “Esta parceria tem-se mostrado muito boa”.
“Tem sido muito gratificante a velocidade de aprendizagem que os nossos colaboradores têm demonstrado”, elogiou, revelando que, para este ano, a empresa tem “um planeamento do crescimento da força de trabalho em cerca de 30%”.
Inauguradas em 2012, após um investimento de quase 180 milhões de euros, as duas fábricas de Évora da construtora aeronáutica brasileira – uma de estruturas metálicas e outra de materiais compósitos – estão a cumprir “rigorosamente” o cronograma planeado.
A previsão é a de que, “dentro de dois anos”, as unidades estejam “a voar em voo de cruzeiro”, ou seja, atinjam a capacidade plena, mas, para já, o responsável da empresa em Portugal escusou-se a abordar uma eventual expansão.
“Primeiro precisamos de ter a capacidade plena. A partir daí pensamos em aumentar. Um passo firme de cada vez”, argumentou.
Quanto ao centro de engenharia e tecnologia criado no ano passado, igualmente em Évora, para o desenvolvimento de peças e estruturas em materiais compósitos, já “começou a trabalhar” e tem em curso “o processo de contratação de colaboradores”.
A empresa prevê que a estrutura, dirigida por Sérgio Carvalho, conte com “pelo menos 20 colaboradores”, este ano.
Segundo Paulo Marchioto, em 2014, as fábricas da cidade alentejana tiveram “um ano muito desafiante” e um dos factos a realçar foi o de se terem tornado fornecedoras das “três unidades de negócio [da Embraer] no Brasil”.
“Procurámos diversificar a actuação, inserindo os produtos de Évora nos mais diversos produtos da Embraer e trabalhando para a unidade comercial, a unidade executiva e a de defesa e segurança”, resumiu.
Nas fábricas alentejanas, são produzidos componentes para o avião executivo Legacy 500 (asa, empenagens vertical e horizontal e, como novidade conseguida em 2014, o cone traseiro), para o comercial E1 (revestimentos de asa) e para a nova aeronave militar KC-390 (revestimentos de asa e empenagens).
Outro dos destaques de 2014, segundo Paulo Marchioto, foi o de conseguir envolver a fábrica de estruturas metálicas no novo programa de aviação comercial da empresa, os aviões E-Jets E2, o que levou à ampliação da área coberta da unidade, cujas obras estão quase terminadas.
“Estamos a trabalhar nos protótipos deste novo produto, que é o mais avançado da Embraer”, disse, precisando que a fábrica produz “os revestimentos da asa” do E2 e que, agora, no início deste ano, devem seguir “as primeiras remessas para o Brasil”.
Além disso, revelou, também a fábrica de materiais compósitos vai passar a estar envolvida no processo ligado aos protótipos do E2, com o fabrico do “estabilizador horizontal” da aeronave.
Paulo Marchioto, assumiu ainda que seria “muito relevante” para a empresa se Portugal decidisse comprar o novo avião militar KC-390, a “maior” aeronave “de sempre” da construtora aeronáutica brasileira e que tem vários componentes a ser produzidos em Portugal.
“Todo o cliente é muito importante para a empresa e, principalmente, se nós tivermos Portugal, que faz parte da concepção e da fabricação do avião. Seria muito relevante que essa compra fosse efectivada”, afirmou.
A Lei da Programação Militar prevê cerca de 40 milhões de euros para investimento inicial na compra de seis destes aviões, que começarão a ser entregues em 2016. Mas antes a Força Aérea Portuguesa irá renovar os actuais C-130»
artigo publicado no jornal “Económico“
(16 Fevereiro 2015)
«A construtora aeronáutica Embraer já tem em curso os dois novos projetos de investimento nas fábricas de Évora, num valor global de 93,6 milhões de euros, com apoios comunitários, revelou esta ...