«O anúncio era há muito temido pelos trabalhadores e a confirmação chegou nesta segunda-feira: a EADS, gigante europeu da aeronáutica, vai suprimir 5800 postos de trabalho até ao final de 2016, na Alemanha, França, Reino Unido e Espanha. A supressão dos postos de trabalho na casa-mãe da Airbus resulta da fusão das divisões de defesa e espaço com o sector dos aviões militares.
A aglutinação destas actividades num só departamento (Airbus Defence & Space) foi apresentada nesta segunda-feira em Munique, no comité europeu do grupo, que tem como accionistas, entre outros investidores, os Estados francês (12%), alemão (perto de 11%) e espanhol (4%). A saída do maior número de trabalhadores acontecerá na Alemanha, onde o grupo tem a maior parte das suas actividades de defesa.
Segundo a central sindical Força Operária, 4500 dos postos de trabalho em causa são a tempo inteiro.
Uma parte da redução de postos de trabalhos, espera a EADS, será feita através de rescisões amigáveis. A reestruturação é considerada pela direcção como inevitável para tornar o grupo mais competitivo nos mercados emergentes. Um argumento que é contestado pelos representantes dos trabalhadores, que dizem que estão a ser sacrificados postos de trabalho para a empresa garantir rentabilidade financeira.
Nos nove primeiros meses do ano, o grupo apurou 1200 milhões de euros de lucro (a divisão da Airbus é responsável por 80% do volume de negócios do grupo, que já passou por uma reestruturação em 2007).
Perante a simplificação da estrutura do grupo, que a partir de Janeiro adopta o nome de Airbus Group, vários sindicatos já tinham escrito ao primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, a exigir que o Estado francês interviesse para impedir a supressão de postos de trabalhos, escreve o jornal Le Monde.
A reestruturação foi justificada pelo presidente-executivo do grupo, Tom Enders, com a necessidade a empresa “reforçar a competitividade” das actividades espaciais e de defesa. “Tendo em conta o decréscimo nos nossos mercados tradicionais, temos de melhorar urgentemente o nosso acesso aos clientes internacionais e aos mercados em crescimento. Para isso, é preciso reduzir os custos, eliminar as duplicações de produtos e de recursos, criar sinergias nas nossas operações e no nosso portefólio de produtos” e focar melhor os esforços de pesquisa e desenvolvimento, disse.
Em França, as actividades na região de Paris passam a estar concentradas em Suresnes, onde funciona o departamento técnico do grupo e o de inovação.
Na Alemanha, a EADS quer concentrar em Ottobrunn (Munique) a divisão de defesa e espaço, para onde prevê transferir mil postos de trabalho que estão hoje em Unterschleißheim, a cerca de 45 quilómetros. Daqui, quer também transferir outros 200 a 300 postos de trabalho.
Em Espanha, as actividades de duas estruturas na região de Madrid vão ser transferidas para uma só, em Getafe, a cerca de 30 quilómetros do principal aeroporto da capital espanhola. A reestruturação vai também implicar a concentração das actividades do grupo em Sevilha num só espaço. No Reino Unido, a EADS prevê concentrar algumas actividades de estruturas mais pequenas num dos três grandes centros do grupo.»
Pedro Crisótomo, artigo publicado no jornal “Público“
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