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A Globalia, grupo espanhol, se comprar a TAP manterá o hub de Lisboa

Air Europa, Halcon

Há pelo menos outros três potenciais candidatos. O que pode oferecer a Globalia para os ultrapassar na corrida?
Em primeiro lugar, a nossa longa experiência de fazer nascer e crescer uma companhia. Lutámos muito para conseguir uma posição forte em Espanha e hoje somos a única companhia do país [a Iberia fundiu-se com a British Airways em 2010]. Trabalhámos para ter uma companhia eficiente e moderna e que tem sempre dado resultados positivos. E isto são pontos fortes únicos.

O objectivo é ficar com 100% da TAP?
Não consigo responder a essa pergunta. É preciso avaliar primeiro. Mais, é preciso saber primeiro quais são os objectivos do Governo em relação à empresa. Ainda não os conhecemos. Mostrámos o nosso interesse e agora aguardamos para conhecer quais serão os moldes da privatização. Se é que vai existir.

Mas estão dispostos a abdicar de uma posição de controlo? Falou-se de um cenário de venda de apenas 49% da TAP.
Ainda é cedo para dizer. Tudo depende das negociações, do entendimento a que possamos chegar e do próprio modelo. Será muito diferente se a privatização for feita através de negociação directa ou da alienação de uma parte do capital em bolsa. Enquanto não tivermos dados concretos em cima da mesa, é difícil dar uma opinião sustentada.

Já contrataram assessores jurídicos e financeiros para apoiarem a Globalia numa eventual privatização?
Não chegámos ainda a essa fase. Temos alguns advogados a trabalhar connosco neste tema, mas esse trabalho só poderá começar depois de sabermos qual é a posição do Governo.

Até porque a privatização pode nem ser relançada…
Claro.

Portanto nem avançaram ainda para uma fase de diagnóstico da TAP, de due dilligence, com visitas técnicas à empresa e consulta de informação mais detalhada?
Nada ainda. Por agora, o que há a fazer é esperar.

O interesse que têm na TAP limita-se à companhia de aviação ou estão dispostos a ficar com as restantes subsidiárias do grupo, nomeadamente a empresa de manutenção no Brasil?
Ainda não conheço com profundidade os números da TAP e das participadas. Sei que o negócio da aviação tem tido bons resultados, que a frota está a ser modernizada e que o crescimento continua, mas existe uma dívida elevada. E também sei que há problemas no Brasil. Mas estas empresas de manutenção são, regra geral, muito eficientes. Nós já temos um centro de manutenção em Palma de Maiorca e vamos tentar abrir outro em Madrid. Gostaria de perceber como é que o negócio do Brasil perde tanto dinheiro. A Groundforce [operadora de handling detida em 49% pela TAP] já tem a maioria do capital na esfera privada e nós também usamos essa marca em Espanha. Foi o acordo a que chegámos com a TAP [quando a Globalia saiu do capital da empresa].

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