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Sequestro de avião por copiloto destaca ‘ameaça interna’ na aviação

O sequestro de um jato da Ethiopian Airlines, por um copiloto em busca de asilo ilustra uma falha de segurança ainda presente na aviação mundial apesar de anos de combate ao terrorismo: as ameaças dentro do próprio setor.
Após os ataques de 11 de setembro de 2001, autoridades em todo o mundo criaram novos procedimentos de triagem e segurança para evitar que passageiros, tripulantes e funcionários entrem com armas ou materiais perigosos em aviões.
Mas pessoas ligadas a companhias aéreas e aeroportos de todo o mundo ainda assim foram implicadas em ataques terroristas, tráfico de drogas e roubos audaciosos nos últimos meses. Especialistas em segurança dizem que os casos mostram que pessoas de dentro do mundo da aviação ainda têm oportunidades de sobra de sabotar voos.
“Gastamos tanto tempo na área de segurança verificando se passageiros estão carregando itens proibidos que esquecemos de todas as outras questões de triagem”, diz Philip Baum, diretor da Green Light Ltd., uma consultoria de segurança na aviação de Londres.
No sequestro, o copiloto tinha a intenção de pedir asilo, segundo as autoridades suíças, e não ferir as pessoas. O Boeing 767 que fazia o voo 702 da Ethiopian e transportava 202 passageiros, aterrou em segurança no aeroporto de Genebra depois que o copiloto desviou o avião de Adis Abeba para Roma, num momento em que o capitão foi ao banheiro. Nenhum dos passageiros ou membro da tripulação se feriu.
O ministro da Informação etíope, Redwan Hussein, identificou o copiloto como Haile-Medhin Abera Tegegn, que tinha 31 anos e trabalhava há 5 na Ethiopian Airlines.
O incidente é incomum, mas tem precedentes. Nove aviões de passageiros já foram sequestrados por pilotos procurando asilo, segundo a Aviation Safety Network (Rede de Segurança na Aviação), um site que regista incidentes aéreos. Muitos deles eram voos cubanos desviados para os Estados Unidos.
Em três outros casos desde o fim dos anos 90, porém, os pilotos são suspeitos de terem causado deliberadamente a colisão de aviões de passageiros sem que as aeronaves tivessem nenhum problema técnico.
Os pilotos geralmente passam por um processo de seleção antes de serem contratados e são avaliados diversas vezes durante o trabalho. A freqüência e profundidade variam de acordo com a companhia aérea e com o país. Após o sequestro, o ministro disse que o país não tinha planos imediatos para reexaminar a habilitação de pilotos ou outras normas da aviação.
“Esse tipo de problema não é muito comum”, disse Hussein.
Investigadores divulgaram que o comandante de um voo regional da moçambicana LAM Mozambique Airlines que caiu na Namíbia em novembro de 2013, matando todas as 33 pessoas a bordo, colocou o avião, um Embraer 190, num mergulho acentuado aparentemente de propósito e continuou ajustando controles com a intenção de causar um acidente.
Dados da caixa preta do avião indicaram, segundo os investigadores, que o jato regional voou em direção ao solo a uma velocidade de cerca de 1.800 metros por minuto. O comandante não fez nenhuma chamada de emergência, disseram eles, e ignorou múltiplos alertas dos instrumentos sobre a colisão iminente.
Em dezembro de 1997, um Boeing 737 da Silkair, de Cingapura, viajava de Jacarta à cidade-estado com 104 passageiros quando caiu na Indonésia.
Investigadores indonésios não conseguiram determinar a causa do acidente. Mas uma das possibilidades sugeridas pelo Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA (NTSB, National Transportation Safety Board), que participou da investigação, foi que o capitão cometeu suicídio por estar enfrentando problemas financeiros e profissionais.

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