«A ANA –Aeroportos de Portugal (do grupo francês Vinci) vai investir 55 milhões de euros no aeroporto do Porto para reforço da segurança e fluidez no despacho de bagagens e iniciar em 2018 a construção de um novo corredor de serviço para aeronaves.
O anúncio foi feito este sábado pelo ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, na cerimónia de celebração dos prémios do Airports Council International (ACI) Europe atribuídos ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, tendo o governante destacado que o investimento do próximo ano na criação de um caminho de serviço ‘Fox’ e de uma saída rápida alternativa de pista permitirá aumentar a capacidade daquela infra-estrutura aeroportuária “de 20 para 32 movimentos por hora”.
“Isto dá-nos todas as condições para que este aeroporto seja cada vez mais o grande aeroporto do Noroeste peninsular e para que ele sirva o crescimento e a dinâmica da actividade económica não só da região, mas do país, porque nos próximos anos vamos ter que continuar a desenvolver muito a capacidade dos nossos aeroportos”, afirmou o governante.
É que, salientou, “o turismo está a crescer muito, a actividade económica está a correr muito bem no final do ano passado e no início deste ano, e o número de slots [faixas horárias] pedidas pelas companhias aéreas para o Verão deste ano é outra vez muito grande”. Uma “dinâmica” que, frisou, Portugal tem que “continuar a aproveitar”, mas “também a induzir” apostando em “aeroportos de qualidade”.
Aeroportos a crescer
Exemplo disso é precisamente o aeroporto do Porto, que Pedro Marques recordou ter registado “um aumento de capacidade de quase 300% ao longo dos últimos anos”, tendo em 2016 ultrapassado a fasquia dos nove milhões de passageiros, ao mesmo tempo que se manteve consecutivamente “no top três europeu” em termos de qualidade de serviço.
A prová-lo estão os 10 prémios conquistados ao longo dos últimos 11 anos, o último dos quais foi o de melhor aeroporto da Europa para estruturas com dimensão entre cinco e 15 milhões de passageiros, atribuído pelo ACI no âmbito do estudo ‘Airport Service Quality’ (ASQ), baseado em inquéritos de satisfação dos passageiros.
Paralelamente, o ministro apontou as “obras importantíssimas” que estão “a acabar no aeroporto de Faro, que ficará praticamente um novo aeroporto a partir deste Verão”, e as “decisões que vão ser tomadas ao longo dos próximos anos de investimentos muito grandes a realizar na capacidade aeroportuária da região de Lisboa”. Neste caso, a aposta incide no Montijo, onde há uma base aérea militar, que poderá funcionar como complemento ao aeroporto de Lisboa.
Se tudo correr como previsto pelo Governo e pela ANA, as obras terão início em 2019, com os primeiros aviões a aterrar em 2021. Falta ainda, no entanto, conhecer os resultados de um estudo migratório de aves e o estudo de impacto ambiental.
De acordo com dados da ANA, o ano passado foi aquele em que se registou o maior crescimento de sempre nos aeroportos portugueses. Ao todo, registaram-se 44,5 milhões de passageiros, com o Porto a ocupar a segunda posição (9,4 milhões, uma subida de 16%), e Lisboa a dominar a liderança (22,4 milhões, subindo 11,7%).
Nesse período foram criadas mais 27 rotas (chegando Às 149), e o número de companhias aéreas a operar no mercado nacional subiu de 58 para 66.
Também presente na cerimónia que hoje decorreu no aeroporto Sá Carneiro, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, aproveitou a ocasião para atribuir a Medalha de Mérito de Grau Ouro ao director do aeroporto, Fernando Vieira, e para se afirmar “muito satisfeito” com os investimentos anunciados e que já havia reclamado.
Investimentos que, frisou, “resultam do crescimento do aeroporto Francisco Sá Carneiro nas suas várias vertentes, nos passageiros e também na carga aérea, e a garantia que o aeroporto Francisco Sá Carneiro não vai esgotar a sua capacidade e vai continuar a ser um motor de desenvolvimento muito importante”.”Este prémio internacional é um reconhecimento e todos percebemos quando passamos aqui que é um aeroporto diferente”, disse, recordando: “Quando foi decidida a construção deste aeroporto houve muita gente, até aqui da nossa terra, que disse que isto era um disparate, que era grande demais, que não era preciso. Agora já andavam a dizer que o aeroporto ia esgotar, que não ia crescer…mas há sempre vozes assim e isso não é importante”, concluiu.»
artigo publicado na página de internet “Público“
(18 Março 2017)
Durante o ano de 2018 passaram pelas infraestruturas da empresa detida pelos franceses da Vinci 55 milhões de passageiros e 418 mil aviões, ...