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Brasil – Aeroportos são vistos como motor de economias

«Plano de aviação regional pode fomentar desenvolvimento local, mas há críticas sobre a destinação dos investimentos De um lado, os defensores do plano de aviação regional (que contempla a construção ou modernização de 270 aeroportos em todas as regiões brasileiras), que argumentam que em um país de dimensões continentais como o Brasil ter um aeroporto é uma forma de se fomentar o desenvolvimento local.
De outro, os críticos do modelo, que questionam o montante dado como incentivo às aéreas para que elas coloquem alguns rincões em seus planos de voo, havendo carência de recursos — e gargalos — para outros modais de transporte. Uns consideram que o programa do governo poderá trazer impacto económico positivo para as cidades envolvidas e também para as que estiverem próximas aos aeroportos instalados, em um raio de até 50 quilómetros. Mas certeza mesmo, só quando o plano sair do papel.
Cláudio Frischtak, economista e presidente da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios, destaca que a decisão do governo de investir na melhoria da infraestrutura e na qualidade de acesso faz todo o sentido, principalmente em estados territoriamente grandes e que padecem de um isolamento logístico. Para ele, há especificidades no Brasil que devem ser consideradas, uma delas o processo de descentralização da atividade económica que, antes, era concentrada na costa brasileira.
“Somos um país muito grande e só isso já justifica a necessidade de mais aeroportos. Quando a descentralização começou a acontecer no país, a demanda por transporte aéreo aumentou e esse modal acabou se tornando imperativo para longas distâncias. Tanto de passageiros quanto de cargas. Obviamente nem toda carga pode ser transportada por avião. Mas, sem dúvida, criar mecanismos de ligação das cidades, melhoria da acessibilidade e da infraestrutura leva ao crescimento económico’, diz.
Frischtak afirma que a melhoria da infraestrutura tem impacto positivo no PIB dos estados e do país. Mas que é preciso desembolsar mais recursos, não só no modal aeroportuário.
“O Banco Mundial tem uma conta onde mostra que, para crescer 3%, o Brasil precisa investir 4% do PIB em infraestrutura. Estamos investindo pouco. No caso dos aeroportos, a vantagem é que o custo de construção de uma estrutura como essa sai bem mais barato do que o de uma ferrovia. Apenas fazendo mais uma conta rápida, um quilômetro de ferrovia custa entre R$ 5 milhões a R$ 6 milhões. Com base nisso e nos investimentos que estão previstos para os aeroportos regionais, o gasto acaba sendo uma fração do que uma ferrovia custa”, assinala.

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