«A fabricante francesa de aviões Airbus acredita que o hidrogénio é a resposta para a descarbonização da indústria da aviação. E já arregaçou as mangas para desenvolver aeronaves para o segmento comercial
que possam ser movidas por este elemento químico, produzindo, assim, zero emissões de carbono. Ambiciona que estes aviões possam conhecer a luz do dia em 2035. Para isso, a Airbus quer o envolvimento de todos os atores: de fabricantes a companhias aéreas e reguladores. “Este desafio não é apenas sobre um avião. Não é uma questão que a aviação possa gerir sozinha. Dada a quantidade de mudanças que vamos trazer para a aviação, precisamos [do envolvimento] dos reguladores. Há muitas coisas que precisam de ser desenvolvidas, decididas, em termos de regulação.
Como é que vamos usar este combustível nos aeroportos e nos aviões?
Como vamos certificar o avião?
Há um conjunto de desafios no que diz respeito à segurança e durabilidade, porque é tudo novo. É um desafio coletivo. O ano de 2035 para a aviação é já amanhã e, por isso, temos de ser rápidos e rápidos em conjunto”, disse Guillaume Faury, presidente executivo da Airbus, num evento organizado pela fabricante nesta semana, em Toulouse (França).
O Acordo de Paris para as alterações climáticas, assinado há mais de cinco anos, estabelece as diretrizes para travar o aquecimento global. Os Estados-membros da União Europeia ratificaram-no e já alcançaram um acordo para colocar o bloco no caminho da primeira economia e sociedade com impacto neutro no clima até 2050.
Luta pelo talento
Para conseguir proceder à transição para uma aviação sustentável, a Airbus admite que precisa cada vez mais de talento altamente qualificado e a resposta a essa necessidade surge de duas maneiras: contratando e requalificando. “Estamos todos a concorrer pelas mesmas competências no mercado. Por isso, temos de marcar a diferença”, afirmou Thierrry Baril, diretor executivo de recursos humanos da fabricante, durante um painel da conferência, em Toulouse.
“Na Airbus, há competências críticas em que contratamos, mas também em que vamos requalificar os nossos trabalhadores ligados às [energias] limpas e ao aeroespacial. Lembro-me de criogenia, do hidrogénio. Há as operações de manufaturação, bem como, digital, cloud, inteligência artificial e o marketing digital. Vamos contratar mas também melhorar as competências”, afiançou.»
Artigo dinheiro vivo – Ana Laranjeiro – 26 setembro 2021
https://www.dinheirovivo.pt/economia/internacional/airbus-quer-aviao-comercial-a-hidrogenio-dentro-de-14-anos-14157062.html
A Airbus revelou que está a desenvolver um motor de células de combustível alimentadas a hidrogénio. O sistema de propulsão está a ser considerado como uma das potenciais soluções para equipar as ...