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Aeroporto de Beja “aposta” no estacionamento de média-longa duração e na manutenção de aeronaves

13 de abril de 2011/13 de abril de 2017

«O aeroporto de Beja, que custou 33 milhões de euros e foi inaugurado há seis anos, serve quase só para estacionamento e manutenção de linha de aviões de algumas companhias aéreas, segundo a empresa concessionária. Atualmente, o aeroporto “funciona fundamentalmente como plataforma giratória entre operações para alguns operadores aéreos”

e, neste contexto, o estacionamento e a manutenção de linha de aviões “assumem um papel de algum relevo”, refere a ANA – Aeroportos de Portugal, em informações prestadas à agência Lusa. “Adicionalmente”, são processados “regularmente” voos de aviação privada e com “um caráter esporádico” alguns voos ´charter`, refere a ANA, que faz um balanço “positivo” da estratégia de promoção da utilização do aeroporto de Beja para estacionamento de média-longa duração de aeronaves, frisando que a infraestrutura já é a base de operações de parte da frota de aviões das companhias aéreas Hi Fly e euroAtlantic airways. Em 2016 e nos primeiros três meses deste ano existiram períodos em que a procura por parte das companhias aéreas foi “superior à oferta” de estacionamento disponível no aeroporto de Beja, “o que indicia um potencial de crescimento futuro neste segmento de negócio”, salienta a ANA. Desde que começou a funcionar, faz hoje seis anos, o aeroporto de Beja processou “mais de 8.500 passageiros e mais de 800 movimentos” de aeronaves de “várias dezenas” de operadores aéreos, a maioria de operações “charter” não regulares. “A região Alentejo ainda não dispõe de um mercado com dimensão suficiente para viabilizar a existência de fluxos turísticos e de carga que viabilizem operações aéreas com caráter regular”, refere a ANA, sublinhando que “ninguém voa para um aeroporto”. “Voa-se para um destino e o destino Alentejo não está consolidado. Enquanto isso não acontece, não faz sentido continuar-se a falar no aeroporto de Beja apenas pela insuficiência de passageiros”, defende a ANA, indicando que, neste momento, aposta noutras “possibilidades de negócio”, como o estacionamento de média-longa duração e a manutenção de aviões. Segundo a ANA, “o aeroporto de Beja vai continuar a apostar, no curto-médio prazo, na sua consolidação como plataforma de baseamento de companhias aéreas, no reforço da aviação privada, na captação de operações ´charter` e na radicação de investimentos em atividades que lhe confiram sustentabilidade futura e sejam geradores de postos de trabalho para a região”.
“Esta linha de ação deverá prevalecer até que alguns elementos indutores de geração de tráfego associados ao contexto de desenvolvimento do Alentejo revelem a robustez necessária para que o tráfego de passageiros e de carga seja uma realidade”, indica a ANA.
O aeroporto, “apesar das dificuldades de contexto, tem vindo a assistir ao longo dos anos, principalmente desde 2016, a uma evolução muito positiva do seu quadro de operação”, refere a ANA, esperando que “tal se venha a manter” durante este ano. A ANA lembra que o aeroporto de Beja foi construído por iniciativa do Estado num “contexto temporal de risco” e com base em “critérios de natureza política e não financeira” e, por isso, não é adequado, “em momento algum”, fazer um balanço em termos operacionais ou económicos da infraestrutura.
Entre 2011 e 2013, foram realizadas várias operações “charter” resultantes de acordos com entidades regionais e operadores turísticos, mas a “diminuta procura” ao nível do tráfego de passageiros e carga levou a ANA a reajustar a estratégia para o aeroporto direcionando-a para outros segmentos de negócio. A ANA refere que está “a assumir, na plenitude, todas as responsabilidades e obrigações decorrentes do contrato de concessão em vigor”, “tem mantido contatos estreitos” com companhias aéreas e “promove, de forma contínua, contatos regulares com potenciais investidores”.
O aeroporto de Beja, que custou 33 milhões de euros e resulta do aproveitamento civil da Base Aérea n.º 11, começou a operar a 13 de abril de 2011, quando se realizou o voo inaugural, mas, desde então, apesar de aberto, tem estado praticamente vazio e sem voos e passageiros na maioria dos dias.

Unidade de manutenção de aviões
O Governo aprovou uma resolução que vai permitir viabilizar o projeto da empresa portuguesa Aeroneo de construção de uma unidade de manutenção e desmantelamento de aviões no aeroporto de Beja, disse à agência Lusa fonte governamental.
Segundo a fonte, a resolução, aprovada na reunião desta quinta-feira do Conselho de Ministros, desafeta do domínio público militar, por 15 anos, um terreno da área do aeroporto de Beja para construção da unidade e reconhece o interesse público do projeto da Aeroneo.
A desafetação vai vigorar durante 15 anos, o período de duração do contrato com a Aeroneo, e o reconhecimento do interesse público do projeto permitirá arrendar o terreno à empresa, explicou a mesma fonte. A AeroNeo quer investir oito milhões de euros numa unidade de manutenção e desmantelamento de aviões e valorização de ativos aeronáuticos no aeroporto de Beja, que poderá criar até cerca de 100 postos de trabalho.
Em julho de 2015, a empresa ANA – Aeroportos de Portugal, a concessionária do aeroporto, e a Aeroneo assinaram uma licença de ocupação para construção e exploração da unidade na infraestrutura aeronáutica alentejana.
Em informações prestadas à Lusa, a ANA refere que “todos os licenciamentos relativos ao projeto de construção” da unidade estão “concluídos” e “apenas aguarda a notificação” da Aeroneo para o início dos trabalhos, mostrando-se “confiante” de que “tal irá ocorrer a breve prazo”.
De acordo com a ANA, atualmente, o aeroporto “funciona fundamentalmente como plataforma giratória entre operações para alguns operadores aéreos” e, neste contexto, o estacionamento e a manutenção de linha de aviões “assumem um papel de algum relevo”.
O aeroporto de Beja, que custou 33 milhões de euros e resulta do aproveitamento civil da Base Aérea n.º 11, começou a operar a 13 de abril de 2011, faz hoje seis anos, quando se realizou o voo inaugural, mas, desde então, apesar de aberto, tem estado praticamente vazio e sem voos e passageiros na maioria dos dias.»

artigo publicado na página de internet “Tvi24
(13 Abril 2017)

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