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Aeródromo de Tires – A PSP substitui desde 9 de março de 2021 a empresa de segurança privada PSG

«A PSP está a assegurar a o controlo de passageiros e bagagens, enquanto a certificação dos vigilantes é atualizada.

A PJ já tem instalações próprias no aeródromo e a direção nacional está a selecionar os inspetores a destacar. Uma auditoria interna à segurança do aeródromo de Tires detetou irregularidades na empresa de segurança privada que ali presta serviço e obrigou à sua substituição pela PSP desde o início da semana. “Somos a informar que a partir de hoje, dia 9 de março de 2021, por razões operacionais, a PSP substitui a empresa de segurança privada PSG. Esta situação será temporária e daremos informação sobre este assunto assim que possível”, anuncia o departamento de segurança do Aeródromo Municipal de Cascais (AMC) num ofício a que o DN teve acesso.
A decisão surge no culminar de um período de dias em que este aeródromo foi alvo das noticias por causa do episódio que envolveu o empresário e ex-presidente do Boavista, João Loureiro, que esteve para embarcar num avião apreendido em Salvador (Brasil) que transportava quase 600 quilos de cocaína e tinha como destino aquela infraestrutura aeroportuária, com escalas em Cabo Verde e em França. A inspeção em causa faz parte do “plano anual de auditorias internas regulares a fornecedores de serviços”, de acordo com a Câmara Municipal de Cascais (CMC), e acompanha outras medidas que já estavam a ser desenvolvidas para melhorar a segurança deste aeródromo – o único no país com capacidade para receber aeronaves de maiores dimensões com voos de fora do Espaço Schengen e transatlânticos e que têm trazido preocupações às autoridades policiais.
Fonte oficial da autarquia dirigida por Carlos Carreiras diz que a decisão de substituir a empresa de segurança privada pela PSP foi tomada pela administração da Cascais Dinâmica, entidade gestora do Aeródromo. “A PSG (empresa de segurança privada) estava em incumprimento com o contrato que tinha. Numa auditoria interna foram detetadas algumas falhas ao nível da certificação de alguns dos elementos que se encontravam a prestar serviço no aeródromo – os respetivos certificados estavam caducados. Como tal, optou-se pela substituição pela PSP por ser a opção mais rápida a nível de contratação pública”, explicou ao DN.
Os agentes da PSP, pagos pela câmara em regime de gratificados (extra serviço), estão a assegurar as tarefas desempenhadas pelos vigilantes, como controlo de bagagens e passageiros, bem como a segurança das instalações e acessos. Questionada, a PSP afiança que “foi informada que a PSG havia perdido a certificação exigida pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) para poder laborar neste domínio (Segurança da Aviação Civil – SAC)”.
Tendo em conta que “a operação no aeródromo não podia parar por tal facto, foi solicitado à PSP que assumisse temporariamente determinadas funções no âmbito da sua missão especializada e em períodos muito específicos do dia: controlo de acessos ao AMC no lado oeste; controlo de acessos ao lado norte; e operação de rastreio de pessoas e bagagens na aerogare”. O porta-voz lembra que “a PSP “está em permanência no AMC desde 16 de Abril de 2019, garantindo que a operação ali desencadeada é conforme os regulamentos europeus e internacionais, cumprindo a legislação nacional”.

PJ prepara nova brigada
O caso do avião com cocaína voltou a trazer a debate a questão das vulnerabilidades deste género de aeroportos, onde podem aterrar aviões de grande dimensão, sem que o controlo de segurança seja tão apertado e regular como nos aeroportos internacionais, como é o caso de Lisboa, Porto e Faro.
Numa recente entrevista à rádio TSF, o diretor da Unidade de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da PJ, Artur Vaz, admitiu que com a pandemia e todas as limitações impostas na circulação, a utilização de aviões privados pode estar a aumentar para o tráfico de droga. Apesar de salientar que há “uma redução drástica do número de correios humanos utilizados por organizações criminosas para o transporte de droga porque os correios, normalmente vêm em voos comerciais de linhas aéreas regulares”, admitia que “se não existirem esses voos, as organizações criminosas vão tentar fazer chegar essa droga por outra forma”.
Certo é que a PJ está cada vez mais atenta aos aeroportos mais pequenos e Tires não é exceção. Fonte oficial da direção nacional desta polícia avançou ao DN que está neste momento “a ser feita a seleção de inspetores para destacar” naquele aeródromo, “não de forma permanente”, como alegou o Correio da Manhã, citado pelo Expresso “mas sempre que as investigações o justificarem”. De resto, segundo a mesma fonte oficial da Câmara de Cascais, “o espaço está preparado nas instalações há dois meses”, muito antes, portanto do caso Loureiro. “A autarquia tem tido uma enorme sensibilidade em relação às nossas preocupações”, garante a PJ.

 

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