«O relatório do grupo de trabalho para o aeroporto de Beja sugere à tutela que “numa estratégia de médio/longo prazo, se desenvolva no Alentejo, um ‘cluster’ aeronáutico nacional”.
Segundo o documento, a que o Negócios teve acesso, “para desenvolver esta competência específica (cluster aeronáutico), propomos a constituição de um Grupo de Missão, de modo a poder articular as várias valências”.
O relatório admite que “é um trabalho complexo, ambicioso, que requer persistência e inteligência. Mas é perfeitamente possível fazer do Aeroporto de Beja, um “hub” do ‘cluster’ aeronáutico em Portugal, em articulação com Évora (Embraer), a proximidade à Airbus Military em Sevilha, e a forte ligação por motivos óbvios que pode existir à Força Aérea Portuguesa”.
O relatório, entregue à tutela, diz que outras indústrias podem também beneficiar da proximidade do aeroporto. Entre as medidas preconizadas pelo grupo de trabalho para esta zona industrial conta-se “dotá-la de diversas isenções e incentivos fiscais, nos diversos tipos de impostos” bem como, “criar uma entidade financeira específica de capital de risco de modo a complementar o investimento privado, facultando a alavanca necessária”.
Além disso, o grupo de trabalho diz que se devia “dotar uma verba própria para quem se instalar nesta Zona Industrial, no próximo QEC – Quadro Estratégico Comum (2014-2020); alterar as condições de disponibilização dos terrenos, de modo a possibilitar o financiamento privado”; além de reduzir os custos de instalação e “aproveitar as diversas potencialidades da existência de uma zona industrial do lado ar”.
O turismo não foi esquecido, com a proposta para a criação de um modelo de “aeroporto turístico de ‘inbound’, com a criação de um Fundo Regional de Captação de Rotas”.
“Especificidade” na privatização da ANA
O mesmo documento alerta para a necessidade de reconhecer a “especificidade” do aeroporto de Beja no processo de privatização da ANA. “O aeroporto de Beja, sendo um projecto nacional, está inserido na Região Alentejo, mais concretamente no Baixo Alentejo, existindo uma lógica de desenvolvimento regional complementada com Sines e Alqueva, em que o resultado da privatização da ANA não pode, de modo algum, pôr este facto em causa”.
O relatório justifica que “o modelo a aplicar deverá ter como premissa a compatibilização da gestão e expectativa privada com o interesse público. E numa altura em que esta infra-estrutura começa a dar os seus primeiros passos, é muito importante essa salvaguarda no caderno de encargos da privatização”.
Nova análise à pista
O relatório refere ainda que se deve acabar de vez com dúvidas sobre a segurança da pista do aeroporto. “Recomenda-se a solicitação de outra opinião técnica, recorrendo a outro laboratório de prestígio reconhecido, recorrendo a testes não destrutivos e acompanhado por elementos da Força Aérea”, adianta o documento.
O grupo de trabalho diz ainda que não serão necessários novos investimentos no aeroporto. O grupo de trabalho integra várias entidades da região do Alentejo, nomeadamente, a Força Aérea Portuguesa,a ANA – Aeroportos de Portugal, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, a Entidade Regional de Turismo do Alentejo, a Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral e a Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral.»
Alexandra Noronha, artigo publicado na página de internet “Negóvios Online“
(7 Setembro 2012)
«Nas conclusões sobre o aeroporto de Beja, apresentadas pelo grupo de trabalho nomeado pelo secretário de Estado dos Transportes e Obras Públicas, Sérgio Monteiro, defendia-se a utilização do ...