Objetivo é deixar o modelo da estatal mais atraente para que o setor privado tenha interesse por aeroportos.
«O governo estuda mudar o regime estatutário da Infraero como solução para atrair investimentos privados para os aeroportos de Galeão, no Rio de Janeiro, e de Confins, em Minas Gerais.
A preferência da presidente Dilma Rousseff é na direção de promover uma espécie de parceria público-privada (PPP) para a administração dos terminais tendo a estatal como sócia maioritária do negócio.
No modelo em estudo pelo Palácio do Planalto, o governo formaria uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) para a administração de Galeão e Confins. Esta SPE também poderia assumir os 49% de participação que a Infraero detém hoje nos aeroportos concedidos à iniciativa privada no início do ano: Guarulhos, Campinas e Brasília.
Ainda assim, a proposta do governo não foi bem recebida pelo setor privado. Após conversas com operadores de grandes aeroportos no exterior, interlocutores de Dilma afirmam que os operadores internacionais não aceitarão ser sócios minoritários de uma empresa pública sujeita as amarras da Lei de Licitações (8666) e ao controle do Tribunal de Contas da União (TCU).
“O grande nó é esse”, diz uma fonte. Até agora o governo já conversou com operadores dos aeroportos de Frankfurt (Alemanha), Paris (França), Londres (Inglaterra), Seul (Coreia do Sul), Madrid (Espanha), Chicago (EUA) e Singapura.
Segundo técnicos ouvidos pelo Brasil Econômico, há saídas que podem ser usadas pelo governo. Uma delas é dar mais liberdade à Infraero para fazer contratações sem ter que seguir as regras da Lei de Licitações. A decisão pode ser tomada via decreto presidencial seguindo uma receita já adotada para regulamentar as licitações da Petrobrás e da Eletrobrás.
Por outro lado, a operação também não é simples e pode não surtir o efeito esperado. O TCU hoje ainda questiona os critérios definidos pelo governo para afrouxar as regras de licitações da Petrobrás e também deve responder da mesma forma a qualquer iniciativa semelhante para a Infraero. Segundo técnicos do TCU, é possível que o governo avance em dar mais liberdade à estatal aeroportuária, mas não escapará de uma discussão legislativa sobre o tema.
“Mesmo com um regulamento para contratações mais simplificado, à Infraero está sujeita a amarras legais definidas pela própria Constituição Federal”, afirma.
Analistas do setor privado afirmam que mesmo mudanças no regime estatutário da Infraero não seriam suficientes para levar operadores internacionais a embarcarem em uma sociedade com a Infraero. A aposta do mercado ainda continua a ser para a repetição do modelo de concessão feito no início do ano para três dos maiores aeroportos do país.
O motivo é que o modelo de concessão, tendo a Infraero como sócia minoritária do negócio, é o mais seguro e não exigiria uma engenharia financeira tão complexa como a que se pretende criar com um novo modelo de parceira público-privada.»
Ruy Barata Neto, artigo publicado na página de internet “Brasi Económico”
(14 Setembro 2012)
«A Infraero têm pressa em conseguir um sócio estrangeiro para tirar do papel a sua mais nova subsidiária, a Infraero Serviços, cuja criação foi anunciada na semana passada pela presidente Dilma ...