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Aeroportos portugueses registam um aumento de 6% no movimento de aeronaves

«O número de passageiros nos aeroportos portugueses deverá registar este ano um crescimento superior a 9% e em 2015 aumentar mais de 7%, estimou o presidente da ANA – Aeroportos de Portugal,Jorge Ponce de Leão.Até ao dia 19 de outubro “estávamos a crescer (em termos de passageiros) 9,4% e devemos fechar acima dos 9%. Admitimos que haja um abrandamento do crescimento na parte final do ano, na medida em que no ano passado exatamente nesse período foi o que tivemos maior crescimento. Para 2015 […], as expetativas são de ficarmos acima dos 7%”, afirmou Ponce de Leão, em entrevista à agência Lusa.
Quanto ao movimento de aeronaves, tem sido registado um crescimento “em torno de 6% este ano”, face a 2013, sendo que para 2015 o presidente da ANA estima um aumento “em torno dos 4%”.
O volume de passageiros nos aeroportos até ao final de agosto era de 23,7 milhões, mais 9,4% do que em igual período de 2013, enquanto os movimentos de aeronaves apresentavam uma subida de 5,6%, para 203.158.
Para “suportar de uma forma sustentada o crescimento do tráfego”, a ANA anunciou no início de outubro o lançamento de um plano de incentivos destinados às companhias aéreas e a captar novas rotas.
Ponce de Leão escusou-se a avançar pormenores sobre o plano, nomeadamente as verbas a disponibilizar, mas adiantou que o objetivo é “intervir nas rotas” em que a oferta está “subdimensionada em relação ao potencial do mercado”.
O plano envolve todos os aeroportos, sendo Lisboa aquele que obriga a “menos esforço”, pelo que, “nesta primeira fase, os incentivos mais significativos são nos outros aeroportos”, explicou.
Questionado sobre o valor das taxas cobrado às companhias aéreas, Ponce de Leão minimizou o tema: “Todas as companhias aéreas se queixam das taxas, o que é natural. Também nos queixamos dos preços quando vamos ao supermercado. Mas, de facto, se as taxas fossem assim tão elevadas, com certeza que a Ryanair não estava a expandir assim tanto a sua presença em Lisboa”.
Relativamente ao aumento das taxas aeroportuárias, que motivou a audição de Ponce de Leão no parlamento, o presidente da empresa disse que, a partir de 2022, o aumento passa a ocorrer exclusivamente em função da inflação e de um rácio entre o nível de investimento e o nível de EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
“Isto é, se o investimento foi muito forte em relação ao EBITDA apurado, podemos aumentar mais do que a inflação. Se o investimento for inferior aos rácios fixados no modelo de regulação, então poderá ser abaixo da inflação 0,5%, 1% ou até 2%”, exemplificou.
Ponce de Leão disse também que, a partir de 2015, a ANA poder vir a sofrer “penalidades” por incumprimento dos indicadores de qualidade de serviço.
“Se não atingirmos os indicadores que são anualmente negociados com as companhias aéreas, poderemos ter penalidades, tendo de devolver às companhias aéreas em 2015 até 1,5% das nossas receitas e depois aumentando 1,5% ao ano até ao máximo de 7,5%”, explicou.
Questionado sobre se há algum risco de a ANA não atingir os objetivos, Ponce de Leão afirmou: “Há esse risco. Este ano, num trimestre, dois dos indicadores não foram atingidos, mas estão em curso investimentos significativos que vão impedir que isso aconteça no próximo ano”.
Em agosto, a ANA anunciou que iria aumentar as taxas reguladas cobradas às companhias aéreas em 7,56% no aeroporto de Lisboa e em 1,50% no aeroporto do Porto, a partir de 01 de dezembro, resultado de um aumento do tráfego acima do previsto.
Este aumento representa um acréscimo médio de 40 cêntimos por passageiro para um valor ainda assim “15% abaixo dos preços médios praticados pelos aeroportos europeus”, segundo a ANA.»

artigo publicado no “Jornal de Noticias
(25 Outubro 2014)

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