A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou nesta sexta-feira (26) que o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, um dos mais movimentados do país, passará a receber mais voos comerciais a partir deste ano. De acordo com a agência, a medida vai incentivar a concorrência entre empresas, o que pode resultar em redução no preço de bilhetes.
Hoje, por hora, Congonhas opera até 30 aterragens e descolagens da aviação comercial (jatos de companhias como TAM e Gol) na pista principal. Com a decisão desta sexta, passará a operar até 33, dependendo do horário. Isso significa até 1 voo e meio a mais por hora (uma aterragem mais uma descolagem representam 1 voo).
O limite para 30 movimentos por hora, ou slots, na linguagem do setor, havia sido estabelecido após o acidente com o avião da TAM, em 2007, a maior tragédia da aviação brasileira e que deixou 199 mortos. Antes do acidente, Congonhas operava até 48 aterragens e descolagens por hora. A redução aconteceu devido às suspeitas de que o acidente poderia ter relação com o uso da pista do aeroporto.
“O aumento seletivo por faixa horária do número de slots para a aviação regular possibilita que haja uma melhor utilização da capacidade atual das pistas por meio de um maior planeamento pelos operadores, permitindo que mais voos comerciais sejam ofertados, inclusive por empresas entrantes, e incentivando maior concorrência e menores preços, sem representar um aumento da capacidade do aeroporto, que permanece operando dentro das regras de segurança da aviação civil”, diz a Anac em nota divulgada nesta sexta.
Entretanto, a agência não mexeu no limite geral para pousos e descolagens por hora em Congonhas, que continua em 34. Na situação atual, em que são destinados até 30 slots por hora à aviação comercial, os quatro restantes ficam para a aviação executiva (jatinhos e aviões particulares). Portanto, com a mudança, nos horários em que até 33 operações serão da aviação comercial, restará apenas uma para a executiva, totalizando as mesmas 34.
Azul ganha
A elevação no teto de operações nesse aeroporto era esperada devido à divulgação de uma resolução do Conselho de Aviação Civil, no início de julho, que estabeleceu um novo sistema para redistribuir os slots naquele aeroporto, um dos mais movimentados do país e alvo de grande interesse das companhias aéreas.
Uma das medidas previstas é a entrega de novos slots criados em Congonhas para empresas que tenham hoje, no máximo, 12% desses espaços. E a Azul, que hoje opera ali apenas um voo, aos sábados, deve ser a maior beneficiada. A previsão era que isso aconteceria em agosto. Mas só nesta sexta a Anac deu início ao processo para distribuir os novos slots.
Atualmente, TAM e Gol predominam no aeroporto de São Paulo, com 48% e 46% dos pousos e decolagens por semana, respectivamente. A Avianca tem 5,3% e a Azul, 0,06%.
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