«A empresa de aviação Everjets foi esta sexta-feira de manhã alvo de buscas pela Polícia Judiciária, que também efectuou igual diligência na sede da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e no aeródromo de Ponte Sôr.
Em comunicado, a Everjets confirma “a realização de diligências levadas a cabo pelas autoridades na sua sede durante a manhã de hoje”.
“O Conselho de Administração da Everjets reitera a sua disponibilidade para prestar todos os esclarecimentos às autoridades, como fez até agora, e congratula-se pelo facto de haver finalmente desenvolvimentos neste processo, esperando que possam agora ficar esclarecidas todas as questões relacionadas com o processo e com o alegado envolvimento da Everjets”, adianta a empresa.
A Polícia Judiciária realizou uma dezena de buscas em Lisboa, Porto e Portalegre, para obtenção de provas relacionadas com contratos públicos de aquisição e manutenção de aeronaves para combate a incêndios.
De acordo com a PJ, em causa está a eventual prática dos crimes de corrupção, participação económica em negócio e falsificação de documentos.
Em Fevereiro de 2015, a empresa Everjets ganhou o concurso público internacional para a operação e manutenção dos seis helicópteros Kamov do Estado, por um período de quatro anos, no valor superior a 46 milhões de euros. Em Junho desse ano, a Inspecção-geral da Administração Interna (IGAI) abriu um inquérito relacionado com problemas detectados nos helicópteros Kamov, mas ainda sem conclusão.
A abertura do inquérito da IGAI surge após a ANPC ter detectado problemas “graves no estado das aeronaves” durante o processo de transferência dos Kamov da Protecção Civil para Everjets, que aconteceu em Março de 2015.
Anteriormente, era a Heliportugal a empresa responsável pela manutenção e operação dos Kamov. Com a extinção da Empresa de Meios Aéreos (EMA) em Outubro de 2014, a ANPC ficou responsável pela gestão dos contratos de operação e manutenção dos meios aéreos próprios do Estado.
Em 2013, a Everjets ganhou também o concurso de aluguer de 25 helicópteros ligeiros de combate a incêndios florestais por um período de cinco anos, que chegou a ser impugnado judicialmente pela empresa derrotada Heliportugal.»
artigo publicado na página de internet “Negócios“
(29 Janeiro 2016)
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